
No fim da tarde de sexta-feira (23), o estudante Richard Camargo Correa, 16 anos, saiu de casa para visitar um tio e não foi mais visto. Ele mora com o pai, a madrasta e os três filhos dela na cidade de Siderópolis, na região carbonífera de Santa Catarina. A mãe de Richard mora em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, e desconfia de que ele possa ter viajado de carona para o Rio Grande do Sul.
O caminhoneiro Emerson Correa, 39, pai de Richard, estava viajando na sexta-feira quando o filho saiu de casa. Quando voltou, no sábado (24), a esposa relatou que o adolescente havia saído por volta de 18h dizendo que iria para a casa de um tio, irmão de Emerson, onde ficava com frequência, na mesma cidade. No entanto, ao contatar o tio, a madrasta descobriu que o enteado não esteve lá.
Richard saiu de chinelo, vestindo bermuda, camiseta e moletom. Deixou o celular e os documentos em casa. Levou apenas uma mochila com algumas roupas que, supostamente, seriam usadas durante sua estadia na casa do tio. No celular, o pai descobriu troca de mensagens que indicam que ele poderia ter viajado para o RS.
— Tem uma conversa dele com um amigo de São Paulo em que ele dizia que ia sair para vender coisas na sinaleira e iria embora para Porto Alegre. Pegamos todos os contatos dele e mandamos mensagem — diz o pai.
Emerson relata que, após o sumiço do filho, descobriu que o adolescente havia comparecido apenas ao primeiro dia de aula, na segunda-feira (19), faltando no restante da semana. Conforme o relato da madrasta, alguém teria chamado Richard no portão de casa na sexta-feira, e logo depois disso ele saiu.
O pai disse que o filho era muito fechado e não tinha o hábito de conversar, mas sempre que era questionado dizia que estava tudo bem em casa. Segundo ele, o adolescente nunca tinha ficado fora sem avisar e não era usuário de medicamentos controlados. No ano passado, ele chegou a ter acompanhamento psicológico, por indicação do curso que ele frequentava, mas a psicóloga dizia ao pai que o jovem não se abria com ela também.
Em busca de pistas
Segundo a vendedora Maria Carina Rodrigues Camargo, 41, mãe do adolescente, ele foi morar com o pai há dois anos em Siderópolis, município catarinense com 13,7 mil habitantes. Moradora do bairro Mato Grande, em Canoas, ela acompanha apreensiva a situação.
Maria Carina conta que a mãe de um colega de Richard disse ter visto ele entre 22h e 23h de sábado (24), em frente a um mercado em Criciúma, a 13 quilômetros de Siderópolis. A mãe explica que esse mercado fica próximo à rodoviária da cidade, o que pode sinalizar que o filho tenha tentado embarcar em algum ônibus. Ela suspeita de que Richard tenha caminhado de casa até o local.
— Pelo que foi falado na rodoviária, ele não conseguiria embarcar em nenhum ônibus porque estava sem documentos e é menor de idade. Talvez tenha pedido carona — comenta a mãe.
Maria Carina diz que o filho completa 17 anos no dia 19 de março. Lembra que ele chegou a conversar sobre voltar a morar no RS com ela após concluir um curso que frequentava em SC, mas que o curso havia terminado no fim do ano passado e ele teria decidido ficar na cidade para buscar o primeiro emprego.
— Ele é um guri muito calmo, mas é muito fechado. O pai afirma que o relacionamento lá era muito bom. Não sei o que pode ter acontecido — diz a mãe.
Registro policial
No sábado, o pai registou o desaparecimento junto à Polícia Civil de Santa Catarina e pediu apoio à Polícia Militar. Ele também faz buscas por conta própria.
— A cidade é bem pequena. Já vasculhamos três cidades da região, não sabemos mais para onde ir. Hoje (segunda-feira, 26) fui à delegacia para ver as filmagens das câmeras de segurança, mas não achamos nada — diz.
A GZH, a Central de Plantão Policial de Criciúma, onde o caso foi registrado, informou que o desaparecimento será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), para o onde o registro policial foi remetido.
Como ajudar
Quem tiver informações que possam levar ao paradeiro de Richard ou auxiliar nas investigações pode entrar em contato com o SOS Desaparecidos da PM de Santa Catarina ligando para (48) 3665-4715, via ligação ou mensagem de Wpp no (48) 99156-8264, no (48) 98843-3152 ou pelo 190.