Dez dias após o crime, forças de segurança do Estado ainda não divulgaram respostas sobre o assassinato de Sarah Silva Domingues, 28 anos, em Porto Alegre. A estudante da UFRGS fazia um trabalho de faculdade na Ilha das Flores, no bairro Arquipélago, no último dia 23, quando foi baleada por engano em um ataque.
À frente da Secretaria da Segurança Pública do RS, Sandro Caron falou sobre o caso à reportagem de GZH, em nota.
"O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa de Porto Alegre está investigando com prioridade o caso para dar celeridade no inquérito e elucidar o crime. As investigações prosseguem para dar uma resposta ao crime que não ficará impune", disse Caron na quarta-feira (31).
O secretário não respondeu detalhes que foram questionados sobre o caso, como o que vem sendo feito para localizar os responsáveis pelo ataque e para impedir novos casos.
O caso é investigado pela Polícia Civil (PC), que também não tem divulgado possíveis novidades. Nas últimas semanas, delegados não têm repassado informações sobre investigações em razão de um movimento liderado pela Associação dos Delegados de Polícia (Asdep). A categoria não divulga o trabalho por meio da imprensa, com intuito de pressionar o governo estadual a avançar nas negociações sobre reivindicações salariais.
A polícia diz também que não releva detalhes para evitar prejudicar a apuração do fato.
No dia 26, o delegado Thiago Lacerda, diretor da Divisão de Homicídios da polícia em Porto Alegre, também afirmou que o caso é tratado como "prioridade" e que a equipe está "empenhada para dar uma resposta à altura". A fala foi divulgada em vídeo pela PC. O inquérito está a cargo da 2ª delegacia de Homicídios da Capital.
Relembre o caso
O ataque ocorreu no dia 23 de janeiro, por volta das 19h30min, na Rua do Pescador, na Ilha das Flores. Dois homens passaram em uma moto efetuando disparos em direção a um mercadinho do local, justamente onde Sarah estava naquele momento.
Conforme a polícia, o alvo da ação era o dono do estabelecimento, Valdir dos Santos Pereira, 53 anos. Ele também foi baleado e não resistiu. A polícia ainda apura a motivação o fato. Sarah não tinha qualquer ligação com o mundo do crime, segundo a Polícia Civil.
A estudante fazia uma pesquisa de campo no local, para seu trabalho de conclusão de curso, e estava prestes a se formar em Arquitetura e Urbanismo pela UFRGS. Segundo amigos e professores, ela era referência na luta estudantil da Capital. A aluna também planejava o casamento com o namorado, com quem morava há alguns meses.
De família humilde, Sarah nasceu em Cotia, na Região Metropolitana de São Paulo e se mudou para Porto Alegre em 2015, após passar no vestibular. Ela foi velada no dia 25 no auditório da faculdade, em cerimônia que reuniu mais de 200 pessoas. Depois o corpo foi transladado para a cidade natal, onde foi sepultada.