A Polícia Civil indiciou nesta semana 11 integrantes de facção criminosa envolvidos em um esquema de extorsão contra comerciantes do Vale do Sinos. O titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Leopoldo, delegado Ayrton Martins Figueiredo Júnior, diz que eles respondem por associação criminosa, extorsão e lavagem de capitais.
No mês passado, quatro deles foram presos em operação policial que envolveu 125 agentes no cumprimento de cinco mandados de prisão, 21 de busca e bloqueio de R$ 3,9 milhões em imóveis, veículos e valores depositados em oito contas bancárias.
Na quarta-feira desta semana (6), um homem foi detido em flagrante em ação contra um grupo ligado ao que foi alvo da operação em agosto. Além da prisão, cinco armas foram apreendidas em uma apuração sobre comercialização de armamento à quadrilha indiciada por realizar o suposto serviço de segurança para mais de 30 vítimas identificadas.
Figueiredo Júnior diz que todas as vítimas são comerciantes dos vales do Sinos e Paranhana, mas a maioria de São Leopoldo, que eram ameaçadas para que pagassem mensalidades, caso contrário, estariam sujeitas a algum tipo de violência. Os 11 suspeitos cobravam, inicialmente, R$ 500 mensais, mas depois os valores chegaram até R$ 1,5 mil, basicamente de comerciantes que atuam à noite.
Segundo inquérito concluído, cinco proprietários registraram ocorrência desde o ano passado, todos, inicialmente só por ameaças, mas depois confirmaram a extorsão ao terem valores exigidos mensalmente. No entanto, Figueiredo Júnior acredita que são dezenas de vítimas em Novo Hamburgo, Campo Bom, São Leopoldo, Sapiranga e ainda em Dois Irmãos e em cidades do Vale do Paranhana.
A investigação teve início após denúncias. Os contatos foram feitos pelo WhatsApp da Draco de São Leopoldo, que tem o seguinte número: (51) 98585 6118. Figueiredo Júnior destaca que conseguiu as provas deste crime que, segundo ele é semelhante ao que a máfia faz, relativas ao período de dezembro de 2021 a janeiro de 2022.