Um laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) poderá determinar as causas da morte de uma bebê recém-nascida em Imbé, no Litoral Norte. A Polícia Civil solicitou a conclusão do documento em caráter de urgência para que o inquérito seja prossiga.
Emilly Rafaelly Pinheiro Alves tinha apenas 43 dias quando foi encontrada desacordada no último domingo (14) na casa onde morava, às margens da RS-786. Vizinhos acionaram a Brigada Militar, alegando maus-tratos. Ela chegou a ser encaminhada ao hospital, mas não resistiu.
Os pais de Emily, Elizandro Alves Behenck, 32 anos, e Larissa Gabriele Pinheiro Silva, 20 anos, são suspeitos de serem os responsáveis pela morte. Os dois foram presos em flagrante. No final da tarde desta segunda-feira (15) o casal passou por uma audiência de custódia, onde foi determinada a prisão preventiva de ambos. Behenck foi encaminhado para a penitenciária de Osório, enquanto Rafaelly ficará na penitenciária feminina Madre Pelletier, em Porto Alegre.
Durante o depoimento, os dois negaram terem praticado qualquer tipo de agressão contra a filha. Conforme o delegado Rodrigo Nunes, da Delegacia de Polícia de Imbé, o casal alegou ter acordado e visto a menina desacordada. Ainda segundo Nunes, testemunhas ouvidas pela polícia relataram que ambos estavam sob efeito de drogas.
O laudo médico emitido após o atendimento pela Policlínica Municipal de Saúde de Imbé apontou que Emily tinha lesões no crânio e sangramentos. Não se sabe, no entanto, o que causaram esses ferimentos. Durante vistoria na residência, não foi encontrado nenhum objeto suspeito que poderia ter sido utilizado em uma suposta agressão.
— Temos mais contradições do que evidências, pois não há laudo que conclua que foi utilizado um objeto contundente. É apenas com a análise do IGP que poderemos chegar a uma conclusão — afirma o delegado.
O pedido de urgência faz com que o processo seja priorizado pelo órgão. Ainda assim, não há um prazo para que ele seja concluído.
— Independentemente do que aconteceu, houve negligência por parte dos pais, que deveriam estar cuidando da filha — complementa Nunes.
Contraponto
No dia da prisão, GZH falou com a defesa de Behenck e Larissa, que preferiu não se manifestar. A partir desta segunda-feira, a Defensoria Pública passou a representar os dois. A reportagem fez contato com o órgão e aguarda retorno.