Desde o fim da tarde desta quarta-feira (5), famílias que têm filhos na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), estão em frente ao local prestando homenagens às quatro crianças que foram mortas nesta manhã.
Consternados, os pais e mães das vítimas deixam flores, velas e rezam na porta da escolinha.
— Nada faz sentido: para que tamanha força, brutalidade, horror? E por que com crianças? Talvez em um campo de batalha a gente não encontre isso — relata Emerson José Geraldo, de 39 anos, servidor da prefeitura de Blumenau que acessou a creche nos instantes seguintes ao ataque, e encontrou um amigo chorando ao lado do corpo do filho.
O reencontro de pais, em frente ao local, é marcado por muito emoção e abraços. Crianças que frequentam a creche também estão prestando homenagens ao colegas que foram vítimas do crime.
— Minha filha agora está em casa. Eu cheguei em casa e ela disse: “papai, sabia que entraram dois ladroes dentro da escola?”. Estava meio eufórica. Agora está com medo de ir ao banheiro sozinha. Na cabeça dela foi ladrão. A gente nem sabe como contar e abordar o assunto — contou Carlos Leandro Kroetz, pai de uma menina de seis anos, que que foi à creche no fim da tarde pegar a mochila da filha.
O ataque à escola particular aconteceu no início desta manhã. A unidade fica na Rua dos Caçadores, no bairro Velha. O autor, de 25 anos, teria pulado o muro da creche e atingido as crianças que estavam no parquinho da instituição com golpes de machadinha.
As vítimas foram identificadas como Bernardo Cunha Machado, cinco anos, Bernardo Pabest da Cunha, quatro, Enzo Marchesin Barbosa, quatro, e Larissa Maia Toldo, sete. As outras cinco crianças feridas receberam atendimento médico no Hospital Santo Antônio. Uma delas já foi liberada.
Após o crime, o portão que dá acesso ao Interior do estabelecimento foi fechado com um tapume preto.
De acordo com o proprietário do local, Aparecido Vicente, a creche só deve reabrir as portas na quarta-feira da semana que vem.