A expectativa do governo gaúcho é que as obras da nova prisão com regime diferenciado em Charqueadas, na Região Carbonífera, iniciem até dia 15 de outubro. O anúncio foi feito pelo secretário de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, Mauro Hauschild, em entrevista à Rádio Gaúcha nesta sexta-feira (20).
A nova casa prisional, anunciada na semana passada durante a transferência de 13 presos de alta periculosidade para três penitenciárias federais em outros Estados, será construída no pátio da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Serão 76 novas vagas em uma área de 2,5 mil metros quadrados. O prazo de conclusão do trabalho é de 120 dias.
Hauschild destaca que o valor total previsto do empreendimento é de R$ 29,3 milhões e a construção será em uma área onde atualmente existe um campo de futebol, abandonado há vários anos, dentro da própria Pasc.
— Vamos aproveitar a atual estrutura, inclusive, o atual diretor da Pasc também vai administrar o local, além de usarmos o que já tem instalado lá, ou seja, as próprias muralhas, bloqueadores de sinal de celulares e radar antidrone — explica.
O secretário ressalta que a nova prisão com regime diferenciado vai contar com um circuito interno de câmeras de segurança, para monitorar qualquer tipo de movimentação dos presos.
Hauschild diz, ainda, que a ideia inicial, que depende de autorização da Justiça, é transferir para a nova casa prisional detentos que retornem do sistema federal e também os 10 que foram realocados na semana passada para a própria Pasc e para a Penitenciária de Canoas.
A construção do prédio, com previsão para ser concluída em fevereiro de 2023, é mais uma medida para conter a onda de violência no Estado. A guerra de facções, principalmente na Região Metropolitana, já matou pelo menos 29 pessoas desde o fim de junho, resultando em pelo menos 27 prisões e cerca de 60 suspeitos identificados. Os dados são da Polícia Civil.
A primeira onda de violência, registrada entre março e abril deste ano, deixou outras 25 pessoas mortas. Os confrontos foram motivados por uma dívida financeira entre duas organizações criminosas, uma com base no Vale do Sinos e outra com base na Vila Cruzeiro, Zona Sul de Porto Alegre.