Equipes da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros retomaram, nesta sexta-feira (5), a operação de busca por Alessandra Dellatorre, 29 anos, que desapareceu há 20 dias em São Leopoldo, no Vale do Sinos. A procura ocorre em uma região de mata do município onde a jovem teria sido vista pela última vez, após sair de casa para caminhar e não voltar mais.
O trabalho foi retomado por volta das 8h e é feito nas áreas adjacentes de mata, na região conhecida como Matão, no limite entre o município e Sapucaia do Sul. No local, atuam cerca de 40 agentes, além de três cães farejadores.
Conforme a Polícia Civil, o trabalho foi retomado mesmo sem o surgimento de novas pistas de onde a advogada possa estar. Buscas na região já haviam sido feitas, entre os dias 17 e 19. Naquela ocasião, também atuaram agentes e cães farejadores. Com nenhuma pista foi encontrada, o trabalho no local foi suspenso.
Segundo a comandante da 1ª Companhia dos Bombeiros, major Karyn Savegnago de Oliveira, a nova busca foi ampliada:
— Como não há novos indícios de que Alessandra possa estar em outro local e a última informação é que ela foi vista na mata, decidimos fazer uma nova operação, grande, aqui. Entendemos que ela ainda pode estar nesse local. Ao mesmo tempo, também pode ter sido retirada daqui em um carro. Não sabemos, mas é importante dizer que as buscas nunca foram encerradas. Nós seguimos procurando, mesmo que em menores grupos, em diligências menores do que a de hoje. Seguimos filtrando e avaliando todas as informações que chegam e que possam levar até a Alessandra.
As equipes afirmam que irão avaliar, ao fim do dia, se o trabalho será retomado no sábado (6).
— Depende de vários fatores, é um trabalho que precisa ser organizado anteriormente. Precisaremos avaliar se há recursos disponíveis, as condições do clima, a segurança de quem está fazendo a busca — explica a comandante.
Santa Catarina também investiga
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Leopoldo, que conduz a investigação, informou que o inquérito é feito sob sigilo. Recentemente, a Polícia Civil de Santa Catarina também passou a investigar o caso. Após relatos de que Alessandra teria sido vista em Araranguá, no Estado vizinho, as equipes do município passaram a fazer diligências. Sem informar mais detalhes, a polícia afirmou que o trabalho no local continua.
Na quinta-feira (4), familiares e amigos procuravam, por conta própria, a advogada na região de mata. Em reportagem da RBS TV, o repórter Jonas Campos encontrou os pais de Alessandra, Eduardo e Ivete Dellatorre, e demais amigos realizando buscas no local.
Em entrevista ao Bom Dia Rio Grande, Ivete disse acreditar que Alessandra tenha pedido carona para alguém antes de desaparecer e que, talvez, essa pessoa esteja com medo de passar informações sobre o que pode ter acontecido.
— Por favor, passe essa informação para nós. Não sabemos para que lado ela sai da mata, para que lado ela foi. Nos dê um caminho — pediu a mãe.
Apelo e recompensa
Ao longo dos últimos dias, familiares vêm divulgando vídeos agradecendo o apoio da comunidade e pedindo informações que levem ao paradeiro de Alessandra. Para facilitar o contato, a família disponibilizou um número de telefone com WhatsApp exclusivo para este fim: (51) 99771-5838. Os pais da advogada também passaram a oferecer recompensa no valor de R$ 15 mil para quem encontrar a jovem com vida.
No último vídeo divulgado pela família, no dia 30, os pais de Alessandra, Eduardo e Ivete Dellatorre, aparecem segurando o retrato da filha e fazendo um relato sobre a angústia que vivem nos últimos dias.
— Nossa vida tem sido um eterno chorar, um eterno lamentar, seja de noite, seja de dia. A gente adormece no cansaço extremo e acorda em pesadelo, com as imagens dela. A gente se alimenta somente o mínimo necessário para nos mantermos em pé e na esperança de que podemos tê-la novamente viva em nosso lar. Nós estamos sem ar, sem vida. Sem a nossa filha, o mundo terminou para nós — diz, na gravação, o pai da advogada.
No dia 22, em outro vídeo divulgado, no qual a mãe falou sobre a jovem:
— Nossa Alessandra é uma pessoa muito simples, que faz amizade fácil. É superestudiosa, amorosa e de opiniões firmes e decididas. Nós não sabemos o que pensar, mas acreditamos que ela está com os pensamentos desorganizados e por isso não consegue voltar para casa.
A jovem desapareceu no dia 16 de julho, um sábado,após sair para caminhar. Conforme pessoas próximas, essa é uma atividade frequente para Alessandra. Naquela tarde, ela vestiu um moletom preto e calça da mesma cor, deixou celular e documentos em casa, e saiu do bairro Cristo Rei, em São Leopoldo, para a região de mata.