Seis anos depois, os réus envolvidos no caso do incêndio no Centro Novos Horizontes (CNH), de Arroio dos Ratos, na Região Carbonífera, ainda não têm previsão de serem julgados. O caso, que aconteceu em 2016, deixou oito pacientes mortos. O inquérito da Polícia Civil apontou, na época, irregularidades no local.
Atualmente, o processo ainda está na fase de oitivas. Testemunhas de defesa estão sendo ouvidas e, depois, será a vez de interrogar os réus. Com isso, não há definição nem prazo para que a a juíza responsável pelo caso, Paula Ferreira Krieger, decida se os réus vão ao tribunal do júri ou não.
Conforme Mariana Camargo, advogada de defesa de Roberto Carlos Lindner Doleja, ex-diretor do estabelecimento, o processo foi freado principalmente a partir de 2020, em razão da pandemia.
Ao todo, são seis acusados: Anderson Wagner dos Santos Zottis, ex-presidente do Centro Novos Horizontes; Roberto Carlos Lindner Doleja, então diretor do local; Carlos Augusto Batista, que era o coordenador da unidade; o supervisor Paulo Ricardo Santos de Souza, supervisor; André Fuentefria Quadrado, chefe do plantão da época; e o monitor Vander Luiz Gomes Ernandes.
Todos, atualmente, estão soltos. Eles receberam a revogação da prisão preventiva, concedida em habeas-corpus, ainda em 2017. Desde então, encontram-se em liberdade provisória.
No inquérito policial, foram apontadas irregularidades no cumprimento de normas de segurança e do Ministério da Saúde. Já no processo judicial, já foram ouvidas testemunhas de acusação e defesa, além de pessoas que trabalharam na investigação.
Conforme o Ministério Público (MP), os réus respondem por oito homicídios qualificados, uma tentativa de homicídio qualificado e cárcere privado. As qualificadoras são motivo torpe, meio cruel com emprego de fogo e asfixia, recurso que dificultou a defesa das vítimas. No crime de cárcere privado há, ainda, uma qualificadora, em razão de ser internação em casa de saúde.
Além dos interrogatórios, ainda restam testemunhas de Roberto e Anderson a serem ouvidas. Os réus respondem também a ações indenizatórias protocoladas pelos familiares das vítimas.