A Justiça gaúcha proferiu na segunda-feira (10) a condenação de Carlos Alexandre da Silva, 46 anos, pelos crimes de estupro, roubo e sequestro qualificado contra duas mulheres. A pena total definida pelo juízo da 9ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca de Porto Alegre foi de 25 anos e oito meses de reclusão em regime fechado. Alexandre foi acusado pelo estupro e roubo a uma manicure que caminhava pelo bairro Bela Vista, na Capital, rumo à casa de uma cliente, em 2020.
O réu, que já havia cumprido 27 anos e nove meses por outros crimes, foi beneficiado com prisão domiciliar humanitária em março de 2020 devido à pandemia do coronavírus. Com a prisão preventiva decretada na condenação desta segunda-feira, ele não poderá recorrer em liberdade. Contudo, ainda cabe recurso da sentença.
A Defensoria Pública do Estado, que faz a defesa de Alexandre, manifestou-se por meio de nota, informando que “segue atuando na defesa do réu e irá se manifestar nos autos do processo”.
A vítima do ataque ocorrido em 5 de julho de 2020, hoje com 41 anos, afirma que esperava mais tempo de prisão. Ela comenta que a notícia da condenação trouxe uma mínima sensação de alívio, mas, ao mesmo tempo, fez com que ela revivesse os momentos de terror que passou nas mãos do homem. Ela conta que ainda sofre com crises de pânico e não anda mais de ônibus:
— Eu vejo o rosto dele me olhando quando vou dormir. Eu já chorei muito e passei mal quando soube. É um misto de sensações. Todas as noites eu rezava por isso. É um pesadelo. Eu não durmo. Não deixo meu filho sair da minha casa. Minha relação de 12 anos acabou porque uma pessoa me atacou. Ainda hoje me sinto suja. Não quero que aconteça com mais ninguém. A minha vida acabou. Queria minha vida de volta, mas isso eu sei que não vou ter. Tem dias que eu não consigo trabalhar. Talvez agora eu recupere a minha liberdade.