
A Polícia Civil inaugurou, nesta quarta-feira (24), oito novas “Salas das margaridas” para atendimento de mulheres vítimas de violência no Rio Grande do Sul. Os espaços passam a funcionar nas Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPAs) de Carazinho, Lagoa Vermelha, Passo Fundo, São Borja e Vacaria, na Delegacia de Polícia de Esteio, na 1ª Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul e na Delegacia Constantina.
Desde 2019, foram criadas 40 salas de acolhimento para mulheres vítimas de violência. Só no último dia 8, Dia Internacional da Mulher, outros nove espaços foram inaugurados na Região Metropolitana, Fronteira Oeste, Região Norte e Vale do Paranhana.
A inauguração desta quarta ocorreu por meio de videoconferência. A chefe de Polícia, delegada Nadine Anflor, participou do evento e agradeceu a todos os agentes envolvidos nestes locais.
— As salas são para toda a família. Este atendimento não salva apenas uma mulher, salva filhos, salva uma família inteira e trabalhamos para que, o mais rápido possível, todas as DPPAs do Estado possam ter um espaço semelhante — destacou.
A diretora do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV), Caroline Bamberg, também participou da inauguração online e destacou a importância dos espaços. Ela agradeceu a todos pelo acolhimento e pela atenção especial a esse grupo, que precisa cada vez mais de um atendimento maior e qualificado.

A delegada Luciane Bertoletti, que recebeu em Esteio uma das salas, disse que esperava inaugurar o espaço ainda em 2020, mas não foi possível devido ao falecimento de um colaborador.
— Realmente foi um ano atípico por tudo que está acontecendo em relação à pandemia, pela perda de um colaborador do Consepro (Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública), mas também porque houve um aumento dos casos de violência contra a mulher. Mas conseguimos inaugurar, e estas salas vêm ao encontro do projeto para diminuir estes índices em 2021 — disse Luciane.
Capacitação
A delegada Jeiselaure de Souza, diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam), informou que mais de 150 policiais foram capacitados neste ano para a realização de um atendimento mais humanizado às vítimas.
— Atualmente, uma vítima pode levar dez anos para fazer um primeiro registro de violência doméstica e, dentro deste ciclo, o primeiro pedido de ajuda muitas vezes é por meio da porta de uma delegacia de polícia — destacou Jeiselaure.
A delegada disse ainda que os agentes precisam estar preparados e toda a rede também porque estas mulheres querem saber, por exemplo, como ela será encaminhada, se terá algum local seguro, como ficará um filho ou se receberá algum benefício social. Jeiselaure também informou que o atendimento nestes casos tem de ser diferenciado.