Uma operação policial foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (6) para combater os crimes de violência doméstica no município de Nova Santa Rita, na Região Metropolitana. Em três meses de investigação, os policiais identificaram casos em que havia ameaça e injúria – em todos eles, as mulheres tinham medidas protetivas.
Os casos foram reunidos em uma única operação, batizada de Santa II, para otimizar recursos e reforçar o combate a esse tipo de crime no município. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, em área rural ou em áreas urbanas onde as casas ficam em locais afastados.
Segundo o delegado Mário Souza, não há mandados de prisão porque, nesses tipos de casos, há ameaça por parte dos homens, mas não há fato anterior que justifique a prisão. Assim, a polícia identificou os casos mais graves, em que os homens possuem armas que poderiam ser usadas contra as mulheres. Três foram presos em flagrante por porte ilegal de arma.
– A gente acaba indo atrás dos casos mais graves, em que há a possibilidade de que a mulher seja assassinada. Em um dos casos investigados, o homem colocou a arma em cima da cama para ameaçar a mulher. Em outro, quando já estavam separados, mandava fotos dele com a arma para causar medo – relata o titular da 2ª Delegacia Regional Metropolitana.
Algumas denúncias foram feitas pelas mulheres, mas outras partiram de amigos, familiares e vizinhos. Conforme o delegado, a participação da sociedade é essencial para a denúncia deste tipo de crime:
– Para a mulher, romper um relacionamento é muito difícil nestes casos. É fundamental que outras pessoas percebam e denunciem. A denúncia é feita de forma anônima e sigilosa – garante.
Foram apreendidas quatro armas de fogo, sendo uma arma longa, além de munição, celulares e toucas ninja. Um total de R$ 2 mil em dinheiro também foi encontrado.
No total, 50 policiais participaram da operação. Um helicóptero da Polícia Civil foi usado para garantir a segurança dos agentes, principalmente na área rural, onde a comunicação é limitada.
O nome da operação, Santa II, faz referência a Santa Rita de Cássia, considerada protetora das mulheres que sofrem violência doméstica.
Como denunciar
Caso tenha sido vítima de violência contra a mulher, procure a polícia ou outros órgãos competentes. É possível registrar o fato por meio da Delegacia Online, ir até a delegacia mais próxima ou procurar a Delegacia da Mulher - especializada neste tipo de atendimento.
A Delegacia da Mulher de Porto Alegre atende na Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia, bairro Azenha. Os telefones são (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172. É possível também contatar a Polícia Civil pelo 197 ou usar o Disque-Denúncia no 181. O Ligue 180 também recebe denúncias sobre casos de violência contra a mulher.
Também é possível procurar a ajuda do Ministério Público para pedir ajuda e medidas protetivas. Em Porto Alegre, a Promotoria Especializada de Combate à Violência Doméstica e Familiar atende no Instituto de Previdência do Estado (IPE) do RS, na Avenida Borges de Medeiros, 1.945. Os telefones para contato são: (51) 3295-9782 ou 3295-9700. O horário de atendimento atual é das 13h às 18h.
No Interior, é possível buscar auxílio nas promotorias locais, tanto presencialmente quanto por telefone. A denúncia também pode ser realizada pelo site do MP (neste link).