Uma farmácia foi assaltada duas vezes em apenas dois meses no bairro Azenha, na área central de Porto Alegre. Os crimes, segundo os funcionários, foram semelhantes. Nos dois casos, o ladrão chegou no estabelecimento por volta do meio-dia com o rosto descoberto, portando arma e rendeu quem estava no local. Depois, pegou dinheiro do caixa e encheu sacolas com produtos, como desodorantes, lâminas e itens de perfumaria. A mesma forma de agir e as características físicas fazem as vítimas acreditarem que trata-se do mesmo criminoso.
Conforme o delegado Paulo César Jardim, titular da 1ª DP, é prematuro afirmar que trata-se do mesmo ladrão.
— Não temos certeza. Pode ser que seja a mesma pessoa, mas não é possível garantir.
O primeiro assalto à farmácia, localizada na Avenida Venâncio Aires, aconteceu em 17 de outubro. A ação durou cerca de 12 minutos, segundo os funcionários. Quatro pessoas foram rendidas, uma delas, um cliente do estabelecimento. Agressivo, o ladrão exigia dinheiro. Depois de pegar a quantia que estava no caixa e os pertences das vítimas, ainda encheu sacola com produtos da farmácia. O prejuízo deste primeiro roubo foi estimado em aproximadamente R$ 2,5 mil. As duas ações foram registradas por câmeras de segurança.
— Somos assaltados duas vezes por ano. Em outubro, chegamos a pensar que escaparíamos em 2019. Mas fomos roubados duas vezes em apenas dois meses — conta um funcionário do estabelecimento que preferiu não ser identificado.
Com camisa social
Três dias antes de completar dois meses do primeiro assalto, na última sexta-feira (13), a farmácia foi, novamente, alvo de um ladrão. Usando camisa social, o criminoso chegou armado e rendeu oito pessoas entre clientes, funcionários e um entregador que estava no local. "Não se mexe que mato todo mundo", teria dito quando anunciou o roubo.
Conforme funcionários, mais uma vez o criminoso pegou os pertences das vítimas — levou cinco telefones celulares —, dinheiro do caixa e produtos. O homem mandou que todos fossem para os fundos do estabelecimento. Pediu uma sacola grande e encheu com itens da farmácia.
— Na hora de fugir, acho que ele se atrapalhou e deixou uma das sacolas cheias bem no meio da farmácia — conta o funcionário, dizendo que o prejuízo, estimado em cerca de R$ 3 mil, poderia ter sido maior.
Antes desses dois assaltos, a farmácia havia sido assaltada no meio do ano passado. Conforme o delegado Jardim, o autor do assalto de 2018 foi identificado. Agora, a Polícia Civil trabalha para descobrir quem é o responsável por estes dois crimes recentes e confirmar se trata-se ou não da mesma pessoa.