
A Polícia Civil já tem convicção de que pelo menos três pessoas serão indiciadas pela morte de dois policiais militares em um confronto na noite de quarta-feira (26) na Vila Maria da Conceição, na zona leste de Porto Alegre. Os PMs Rodrigo da Silva Seixas, 32 anos, e Marcelo de Fraga Feijó, 30 anos, morreram após serem atingidos por disparos.
Um dos indiciados por duplo homicídio é Lucas Iago da Rosa, 19 anos, preso em flagrante após o crime. Ele cumpria pena no regime semiaberto por tráfico de drogas e estava sem monitoramento devido à falta de tornozeleiras eletrônicas. O jovem permaneceu em silêncio quando a polícia tentou ouvi-lo.
Os outros dois serão responsabilizados devido à coautoria por determinação — segundo o delegado Guilherme Gerhardt, eles não atiraram contra os policiais, mas faziam parte da rede de lideranças do tráfico de drogas na região. Um deles é Rogério Duarte Nascente, 32 anos, conhecido como Rogerinho, preso na madrugada após o crime. Segundo a polícia, ele é gerente do ponto de venda de drogas. O outro é Vladimir Cardoso Soares, conhecido como Xu, considerado líder do tráfico na região — segundo a polícia, ele é foragido e tem passagens por tráfico, porte irregular de arma e outros crimes.
Até a conclusão do inquérito, outras pessoas poderão ser indiciadas pelo mesmo crime. No caso do pai de Lucas, Cléber Josué da Rosa, 44 anos, não há responsabilização, já que ele morreu no confronto.
— O indiciamento se dá quando a autoridade policial se convence da autoria. O Lucas e o pai estavam como seguranças da boca, mas havia uma determinação dos outros dois para que eles permanecessem lá — esclarece o delegado.
A polícia também aguarda resultados de exames para determinar de que armas partiram os disparos que mataram os policiais — o resultado, no entanto, não será determinante para o indiciamento. As armas que estavam com pai e filho, dois revólveres calibre 38, foram apreendidas.
Na quinta-feira (27), a esposa do criminoso morto prestou depoimento. Ela confirmou que o marido e o enteado eram seguranças do ponto de tráfico.
— Esse é um depoimento importante, porque ela é quem poderia ter feito a defesa dos autores, mas confirmou tudo. Ela confirmou que os dois eram seguranças e andavam armados. Disse ainda que o Cléber andava muito alterado devido à utilização de entorpecentes, o que pode explicar por que eles atiraram — relata.
O policial militar que estava junto com os colegas mortos ainda não foi ouvido. Conforme a polícia, ele está muito abalado e deve prestar depoimento somente nos próximos dias. Após o crime, a polícia tem 10 dias para concluir o inquérito.