O julgamento dos três homens acusados de matar o casal Paulo César Rachaski, 42 anos, e Solange de Lima Vargas, 35 anos, está ocorrendo na 1° Vara Criminal de Canoas desde às 9h30 desta quarta-feira (5). As vítimas, que moravam em Içara, Santa Catarina, e vieram ao Rio Grande do Sul para negociar uma casa, foram encontradas carbonizadas dentro de um veículo, próximo à Rodovia do Parque, em 2015.
Os réus João Marcelo Dias, Diego Ribeiro e Everton Machado de Borba foram enquadrados por duplo homicídio qualificado (mediante promessa de recompensa, meio cruel e uso de recurso que dificulte a defesa) e associação criminosa. João Marcelo ainda responderá por receptação de objeto roubado, e Diego, por extorsão.
A sessão é presidida pela juíza Betina Mühle de Constantino, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Canoas. O julgamento iniciou com o depoimento de testemunhas e, depois, dos acusados. A seguir, na fase de debates, acusação e defesa, nessa ordem, terão duas horas e meia para apresentar argumentos. Caso desejem, terão ainda mais duas horas de réplica e tréplica. Não há previsão de quando o julgamento irá acabar.
Na denúncia original do Ministério Público (MP), foram indicados outros três participantes. Wladimir Luciano de Jesus Israel Zeferino – apontado como o principal articulador do crime, mas que morreu no decorrer do processo -, Rodrigo Schlichting de Ávila, também falecido no curso do processo, e Evandro Francisco Padilha, que foi preso em dezembro de 2017 no Paraguai e cumpre pena no Paraná por um duplo homicídio ocorrido em Marmeleiro (PR).
Conforme a acusação do MP, Wladimir estava insatisfeito com as negociações feitas com as vítimas pela compra de uma casa em Içara. O acusado queria que parte do pagamento fosse feita com a entrega de um automóvel, condição que a vítima, corretor de móveis, não aceitou.
Wladimir então sugeriu a Paulo Cesar vir de Içara para São Leopoldo para que fechassem o contrato. Ele viajou acompanhado pela mulher para receber R$ 80 mil pela venda do imóvel.
Alegando problemas com o carro, o suposto comprador pediu que a vítima fosse buscá-lo em casa para, então, irem ao tabelionato. Conforme a denúncia, o acusado nunca teve o dinheiro para fechar o negócio e teria contratado criminosos para extorquirem o casal.
No local do encontro, o casal foi espancado, roubado e mantido preso por algumas horas. Levadas a Canoas, junto à Rodovia do Parque, as vítimas foram colocadas dentro de um carro para serem queimadas. A necropsia identificou a carbonização como causa da morte. Cada criminoso receberia R$ 10 mil pelo serviço que, segundo a investigação, nunca foi pago.