Após investigação de quase oito meses, operação da Polícia Civil foi deflagrada nesta segunda-feira (17) contra um esquema que seria responsável pelo roubo de, em média, um carro por dia em Porto Alegre. A maioria dos veículos era clonada e encaminhada ao Paraguai.
Segundo a investigação, a encomenda dos crimes era feita por integrantes do Primeiro Comando da Capital paulista (PCC).
Cerca de 180 agentes cumpriram 15 mandados de prisão, 10 conduções coercitivas e 22 de busca e apreensão nas cidades de Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo. De acordo com o delegado Juliano Ferreira, titular da 19ª Delegacia da Capital e responsável pela apuração, os alvos são os locais onde os 22 integrantes da quadrilha gaúcha já identificados residiam.
Até as 9h, 10 pessoas haviam sido presas, além de outras sete durante a investigação.
Troca por drogas
Conforme a polícia, a maior parte dos roubos e furtos de veículos ocorria na zona leste da Capital, em vias nas proximidades de grandes avenidas – como Protásio Alves, Antônio de Carvalho, Bento Gonçalves e Ipiranga. Ainda segundo a investigação, os criminosos tinham um grupo para os assaltos, outro para adulteração dos automóveis e um terceiro para encaminha-los ao Paraguai.
Em troca, levando em conta que os carros tinham preços abaixo do valor de mercado por serem roubados, os investigados receberiam drogas, principalmente cocaína e maconha. Os entorpecentes eram revendidos no Vale do Sinos, onde a facção gaúcha tem base.
Ferreira destaca que outra parte do grupo mantinha contato com integrantes do PCC. Os carros roubados no Rio Grande do Sul também seriam usados por integrantes da facção paulista refugiados no Paraguai, mas a maioria era revendida ilegalmente no país vizinho.
— Eles usavam rotas terrestres, principalmente a BR-386 — ressalta Ferreira.
A investigação começou a partir da prisão de Vinicius Machado da Silva, no 27 de abril deste ano. Depois disso, a polícia descobriu como funcionava o esquema e identificou os suspeitos. Áudios comprovariam os roubos de carros e os contatos com o PCC, bem como a remessa pro Paraguai.