O número de vítimas de homicídios no Estado teve uma leve baixa de 4% em agosto deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2017. Foram 191 em 2018, contra 199 de 2017. No acumulado do ano, a diferença é mais expressiva. De janeiro a agosto, a queda foi de 20% em relação a 2017: 1.573 contra 1.966. Os dados foram divulgados na sexta-feira (21) pela Secretaria da Segurança Pública.
Os indicadores criminais da SSP também apontam redução no número de latrocínios (roubos com morte) no Estado. Na comparação de agosto de 2018 com 2017, a queda foi de 20%: de 10 para oito. No acumulado dos oito primeiros meses de cada ano, foram 21 casos a menos, de 87 para 66 – variação negativa de 24%.
Por outro lado, os roubos a bancos tiveram alta. De janeiro a agosto de 2017 foram 42 casos e, neste ano, 48 (alta de 14%). Agosto de 2018 teve um caso a mais em relação ao ano passado. Foram cinco ocorrências contra quatro.
— O importante é que a curva de queda se mantém. Entre os 17 principais indicadores, só houve aumento em um deles, o roubo de bancos — avalia o secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer.
Outros indicadores que são motivo constante de preocupação por parte da população também tiveram quedas. Os roubos de veículos, que em agosto do ano passado provocaram o registro de 1.356 ocorrências policiais, neste ano caíram para 1.269 (-6,4%). No acumulado dos oito primeiros meses, a redução foi 12.260 para 11.325 (-7,6%). Nos demais roubos (incluindo os assaltos a pedestres, e não computando os ataques ao comércio e ao transporte coletivo), as quedas foram de 20% em agosto (7.384 contra 6.012) e de 18,5% nos oito primeiros meses (61.777 contra 49.423).
Avaliação prematura
Analisando os números relativos aos homicídios, o sociólogo e especialista em segurança pública e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, avalia que diversos fatores podem influenciar na variação.
— É preciso uma série mais longa do que oito meses e um estudo mais aprofundado para analisar possíveis causas (da redução) — explica o especialista.
Para ele, medidas adotadas ou solicitadas por SSP, Ministério Público e Poder Judiciário, como o isolamento de líderes de facções criminosas em penitenciárias federais e o aumento do policiamento em áreas conflagradas, podem ter colaborado, mas não necessariamente foram as únicas causas.
– Só uma pesquisa mais desenvolvida pode apontar com maior precisão os motivos. É necessário, por exemplo, investigar se uma possível sazonalidade na disputa entre os grupos criminosos não pode estar influenciando – diz.