Durante audiência judicial na manhã desta sexta-feira (3) na 2ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, dois réus receberam voz de prisão da juíza Cristiane Zardo. Um PM que foi vítima de tentativa de homicídio avisou a magistrada que a dupla seria integrante de facção criminosa e teria oferecido R$ 50 mil para ele mudar o depoimento e não incriminar os réus.
O fato gerou princípio de confusão no Foro, inclusive porque familiares e amigos dos réus, que não participaram da audiência, estavam no local e ficaram revoltados. A situação logo foi controlada, mas três pessoas foram detidas em flagrante e encaminhadas para a Polícia Civil para registro de ocorrência por tentativa de agressão aos policiais.
A segurança interna foi reforçada e brigadianos estavam de prontidão no local porque a vítima já havia comunicado à Corregedoria sobre a tentativa de suborno. Segundo o policial, ele e a família estavam sendo ameaçados caso não aceitassem a suposta negociação. A Corregedoria confirma e está apurando o caso, prestando apoio ao brigadiano.
Réus presos
Os réus Gustavo Souza Gambrini e Dyonatan Luís Marques Perez foram presos por policiais e conduzidos para a 2ª Delegacia de Pronto Atendimento da Capital. O Judiciário informou que a dupla foi presa preventivamente por fraudar a instrução judicial na área criminal. Um terceiro réu do caso — que não teve o nome divulgado — também estava presente, mas como não foi citado pelo soldado da corporação, não foi preso.
O pagamento do suborno seria feito ainda nesta sexta-feira (3), logo após a audiência. A suspeita é de que os réus estavam presentes durante o depoimento do PM para confirmar a mudança do depoimento. O que não ocorreu. Um dos advogados dos dois acusados presos, Thiago Bandeira, diz que desconhece a tentativa de suborno e que ficou surpreso com o fato.
Mesmo assim, acompanhou os dois até a 2ª DPPA para registro da ocorrência. O escritório de advocacia deve se reunir para analisar o caso.
Tentativa de homicídio
Em novembro de 2017, em frente a um bar no bairro Navegantes, o soldado teria reconhecido os suspeitos sobre ocorrência anterior que não está sendo divulgada por estar em segredo de Justiça.
O trio estava dentro de um veículo e trafegava lentamente em frente ao estabelecimento. Segundo a acusação, os três atiraram na vítima após perceberem que era policial. O brigadiano foi atingido em uma das pernas. O processo judicial se iniciou no dia 5 de dezembro.