Ao ouvir o nome Lotus, impossível não lembrar de tempos gloriosos da Fórmula-1. Foi a bordo de um carro da escuderia inglesa que Ayrton Senna conquistou sua primeira vitória, no GP de Portugal. Corria o ano de 1985 e o brasileiro despontava como um fenômeno, conduzindo sua máquina preta com detalhes em dourado. Por três anos, nos acostumamos a torcer por uma Lotus, que ficou amarela com detalhes em azul. Senna venceu seis vezes até trocar pela McLaren, com a qual foi tri mundial.
Antes, no GP dos Estados Unidos de 1970, outra lenda do automobilismo brasileiro fez história com a Lotus. Por incrível coincidência, Emerson Fittipaldi também conquistou sua primeira vitória a bordo de um carro da escuderia inglesa. Até Nelson Piquet pilotou nessa equipe.
Ou seja: para gerações de brasileiros, o nome Lotus remete a orgulho e paixão. Para uma atual geração de bandidos, Lotus era sinônimo de crime e dinheiro fácil. Até esta terça-feira, quando a polícia apreendeu um modelo Elise Supercharged, ano 2008, avaliado em quase meio milhão de reais. É o símbolo maior de uma quadrilha que movimentava cerca de R$ 800 mil por mês, dinheiro para comprar uma Lotus a cada 20 dias.
A prisão ter dado um freio na "Lotus do crime" é uma notícia tão boa quanto foram as vitórias de Senna e Fittipaldi pela Lotus.