Desde a tarde de quarta-feira (21), moradores de um bairro na região norte de Caxias do Sul vivem momentos de apreensão. A prisão do suspeito da morte de Naiara Soares Gomes, sete anos, que estava desaparecida desde o dia 9 de março, trouxe clima de consternação aos moradores que residem próximo à residência onde morava o suspeito de ter cometido o crime, preso ainda na quarta-feira (2). Muitos vizinhos ainda tentam entender o que aconteceu.
A casa onde morava o suspeito, que foi alvo de uma tentativa de incêndio nesta madrugada, acabou virando ponto de curiosidade de algumas pessoas. Alugada há pouco mais de seis meses por ele e sua esposa, a casa simples, de madeira, com dois quartos, sala, cozinha e banheiro, fica em uma esquina que geralmente não tem movimentação muito intensa. Situação que mudou ainda na manhã de quarta, com a presença de policiais discretos no local e com a prisão, ocorrida por volta das 13h30min.
Durante a madrugada, a residência foi alvo de um ataque incendiário, possivelmente utilizando coquetéis molotov. Uma guarnição do Corpo de Bombeiros chegou a ser deslocada, mas o incêndio havia sido controlado por vizinhos. Apesar do susto, apenas a porta da garagem sofreu danos.
Os proprietários da casa residiam em um imóvel próximo, também de madeira. Na residência, moravam três pessoas, incluindo uma criança de 1 ano e 11 meses. Assustada com o assédio de curiosos e o ataque, a família deixou o local ainda de madrugada e se abrigou na casa de parentes, por motivo de segurança. O receio dos proprietários é de que novos episódios violentos possam ocorrer.
A prisão do suspeito alterou a rotina do bairro. Na manhã desta quinta-feira (22), curiosos circulavam pela residência e tentavam olhar pelas frestas da porta de madeira da garagem, onde a polícia apreendeu o Palio branco que teria sido usado no sequestro de Naiara. Por volta das 8h, estabelecimentos próximos ainda estavam fechados, assim como as janelas e portas de residências no entorno.
Nome não divulgado
Os inúmeros boatos e informações falsas que rodearam o Caso Naiara levaram a Polícia Civil a blindar a investigação. O acordo de não repassar qualquer informação sobre a investigação era evidente na fisionomia dos policiais envolvidos e ficou ainda mais forte na quarta-feira (22), dia da prisão.
Assim, o nome do preso temporariamente, em nenhum momento, foi divulgado oficialmente pela Polícia Civil.
A justificativa da Polícia Civil é que a prisão é temporária. Mesmo que para os policiais não existam dúvidas sobre a autoria do crime, juridicamente esta ainda é considerada uma fase preliminar das investigações.