
O corpo da policial militar Caroline Pletsch, assassinada na segunda-feira passada em uma pizzaria em Natal (RN), chegou às 18h20min de quinta-feira (29) no aeroporto Serafim Enoss Bertaso, em Chapecó.
Policiais militares, familiares e amigos a esperavam. A soldado Gelciane Cima segurava as bandeiras da radiopatrulha, onde Caroline trabalhava, e a de Santa Catarina. Ambas serão colocadas no caixão no enterro, previsto para esta sexta-feira (30).
Do aeroporto, o caixão, que estava com uma proteção plástica, foi para a funerária Wolff, onde foi colocado em outro caixão, vestido com a farda da Polícia Militar.
— Era o desejo dela, ela dizia que, se acontecesse alguma coisa, queria ser enterrada com a farda. Os familiares concordaram — disse a colega Cima.
Durante o trajeto, o corpo foi escoltado por três motocicletas e mais 14 veículos da Polícia Militar e do Departamento de Administração Prisional (Deap).
O sogro de Caroline, Jacir da Cruz, acompanhou a chegada. Ele contou que o filho, Marcos Paulo da Cruz, que foi baleado durante o assalto mas sobreviveu, deve voltar em cinco dias.
— Ele está muito fraco, mas ontem conseguiu dormir. Quando contaram que ela tinha morrido, ele ficou paralisado, como se chorasse por dentro. Ele é assim, mas foi melhor saber, pois assim sentiu a realidade — disse Jacir.
Da funerária, o corpo foi encaminhado para o Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nês. O velório público começa às 22h, mas antes disso foi destinado um tempo para que os familiares pudessem velar o corpo de forma mais reservada.
Logo na entrada foram colocadas faixas com dizeres como: "Apoie quem te protege, mesmo com o risco da própria vida #descanseempazcarol e #forçamarcospaulo".
Na sala do velório,um painel preto com a foto de Caroline e os dizeres: "Carol, nossa guerreira, nossa menina, nosso orgulho, estará sempre em nossos corações". Em volta dezenas de coroas , entre elas das policiais femininas.
Durante o enterro às 11h de sexta-feira, no cemitério Jardim do Éden, em Chapecó, seis policiais darão três tiros de festim cada, fazendo as honras militares.
— Agora é que vai cair a ficha. Todos estamos muito tristes pois ela era um exemplo de policial. A sociedade de Chapecó deve muito a ela. Ela fazia muitos flagrantes. E quando vier um documento do Fórum solicitando um depoimento sobre os flagrantes nós infelizmente vamos ter que responder que ela não poderá comparecer – disse o comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar de Chapecó, tenente-coronel Ricardo Alves da Silva.