O comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Alexandre Brite, confirmou que será aberto um inquérito policial militar (IPM) para apurar a conduta dos quatro policiais militares envolvidos na ocorrência que terminou na morte de Patrick Fernandes Vieira, 19 anos, na noite de sexta-feira. A averiguação correrá paralelamente à investigação já iniciada pela 6ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O procedimento, segundo Brite, é comum, assim como o recolhimento das armas dos PMs que faziam parte da equipe da Patrulha Tática Móvel (Patamo) envolvida naquela ocorrência. Conforme o oficial, até o momento não há nenhuma suspeita de conduta ilegal dos policiais.
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– A ocorrência começou com uma denúncia de que oito homens estavam armados em uma das esquinas da Rua Octávio de Souza, os policiais se deslocaram para lá e os suspeitos correram. Os policiais dispararam diversas vezes já naquele momento para que eles parassem, mas resistiram – afirma o oficial.
Nas buscas, os policiais, já a pé, encontraram Patrick em um dos becos da Rua Dona Cristina. Conforme a ocorrência registrada pelos PMs, o rapaz teria feito menção de atirar contra eles, o que teria forçado dois disparos contra o suspeito. Patrick foi atingido em uma das pernas. O disparo lhe acertou a artéria femoral. O jovem chegou a ser levado ao Pronto-Atendimento da Vila Cruzeiro, mas morreu em atendimento.
Investigação
De acordo com a delegada Elisa Souza, que investiga o crime pela 6ª DHPP, ainda é cedo para qualquer conclusão.
– Vamos apurar todos os aspectos necessários. A cena do crime, a ação dos policiais e os resultados periciais – aponta a delegada.
Foram solicitados exames residuográficos, funcionamento das armas e confronto balístico com o material apreendido com os PMs. Um revólver calibre 38 – sem projéteis deflagrados – e um simulacro de pistola também foram apreendidos com o jovem. Eles também serão periciados.
Patrick Fernandes Vieira era, segundo a delegada, investigado como suspeito pela execução de Lucas Lopes Simão, 22 anos, no dia 14 de fevereiro. Ele já havia sido flagrado no mesmo local onde iniciou a perseguição de sexta-feira portando uma pistola 9mm.
Ações criminosas
A partir da morte do jovem, foram desencadeadas pelo menos três ações criminosas na região da Vila Cruzeiro encaradas pela Brigada Militar como represália. Primeiro, um micro-ônibus que era usado pela Banda Marcial da Brigada Militar foi atingido por tiros na noite de sexta. Depois, na manhã de sábado, novos tiros foram registrados em um posto da BM na região.
Na noite de sábado, um ônibus da linha Prado foi incendiado, provocando a suspensão da circulação dos coletivos naquela área até o final da manhã de domingo.