A família de Roberto Pasquali morava na rua Imaculada Conceição, no Aventureiro, em Joinville, há pouco mais de três meses. O pai, Nereu Pasquali, e a esposa, Cleci, deixaram a cidade de Santa Izabel do Oeste, no Paraná, e se mudaram para Joinville para ficar perto do filho e em busca de tratamento de saúde. Nereu sofria de esquizofrenia.
Neste domingo, por volta das 11 horas da manhã, Roberto se matou com um corte de faca no pescoço. Mas, antes disso, matou o filho, Júlio César Pasquali, de três anos; a mulher, Aline Grasiela Dilkin, 25 anos; e o pai Nereu César Pasquali.
Ele também atacou a própria mãe, Cleci Aparecida Melle Pasquali, de 50 anos, que foi socorrida e levada para o Hospital Municipal São José. Ela passou por uma cirurgia durante a tarde de domingo, mas acabou morrendo na madrugada desta segunda-feira.
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Antes da chegada a Joinville, Roberto e Aline moravam no Paraná. Lá, tinham uma vidraçaria e marmoraria. Os negócios deram prejuízo, então eles fecharam tudo e se mudaram para Joinville na tentativa de recomeçar a vida. Com um sócio, Roberto abriu uma vidraçaria em Araquari.
Tempos depois, os pais de Roberto decidiram ficar mais próximos do filho. Venderam a casa que tinham no Paraná e compraram uma em Joinville. O filho, a mulher e o neto foram então morar com o casal.
Homem tira a vida de três pessoas da própria família e se mata em Joinville
A casa recém-adquirida estava sendo reformada. Ainda não tinha pintura, mas o quintal estava cheio de material de construção, além de brinquedos de Júlio.
Vizinhos e amigos disseram à reportagem que a rotina na casa era tranquila e que a família aparentava ser muito unida. Sempre saiam todos juntos. No dia a dia, Roberto e Aline iam para o trabalho e os avós cuidavam do pequeno Júlio, que ainda não frequentava a escola. Ele cuidava da vidraçaria e ela trabalhava em um mercado, que ficava perto de onde moravam.
Segundo os vizinhos, não era uma casa em que se ouvia brigas ou discussões. Roberto era mais reservado, mas a mulher, Aline, era simpática e conversava com os vizinhos. Nereu, na chegada a Joinville, teve algumas crises por causa da doença, mas nos últimos tempos estava calmo, contaram os vizinhos.
Lucimar de Moura Lara, prima de Cleci, não entende o que pode ter levado Roberto a cometer os assassinatos. Ela conta que um médico havia alertado que Roberto poderia ter herdado a doença de seu Nereu. Mas, pelo menos até este domingo, ele nunca havia dado sinais da doença.
- Não tinha um motivo. Era uma família feliz. Estão falando que foi por causa da situação financeira. Mas, tudo estava se ajeitando, as coisas estavam engrenando. Ele abriu a empresa, tinham uma boa casa. Tudo caminhava para dar certo. Não tem explicação - conta Lucimar.
Giovana Eleodório mora há dez anos na rua e reforça as informações da família. Segundo ela, eram vizinhos tranquilos.
- A gente se preocupava era com o senhor Nereu. Porque, quando ele chegou, teve algumas crises por causa da doença. Ficava andando nos fundos da casa e falando alto. Mas, depois, tudo de acalmou. Hoje pela manhã, o Júlio ainda brincava com o cachorro em frente de casa
Tragédia
Para vizinhos, família morta neste domingo em Joinville era unida e tranquila
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