Além de chorar a morte Luiz Fernando Schilling, 29 anos, a família e os amigos reclamam na demora do atendimento após o jovem ser esfaqueado no Parque da Redenção, em Porto Alegre. Mesmo estando bem próximos do Hospital de Pronto-Socorro (HPS), a ambulância demorou cerca de 20 minutos para chegar. Já a Brigada Militar, acionada por telefone, nem chegou a aparecer.
O vendedor foi esfaqueado ao tentar proteger sua única irmã. Atingido no peito por volta das 23h do último domingo, deu entrada no HPS somente às 23h21min e acabou morrendo quase 20 minutos depois.
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O sistema 190 da Brigada Militar tem registro de uma ligação na noite de domingo sobre o ataque ao vendedor. Conforme o coronel Mário Ikeda, comandante de policiamento da Capital, uma mulher ligou dizendo que o irmão tinha sido esfaqueado na Redenção. O chamado está gravado.
– A ligação caiu. O pessoal tentou ligar de volta para o número do celular, mas não conseguiu contato. Como perceberam ser um caso grave, duas viaturas foram despachadas, mas não encontraram a ocorrência, pois a pessoa não deu o local exato – explicou Ikeda.
O coronel ressaltou que todos os dias uma viatura com um policial militar faz patrulhamento na Redenção, mais focado na região da Avenida Osvaldo Aranha, que é onde tem maior movimento. Isso ocorre desde que o posto policial do parque foi fechado.
– Tem um PM que fica na região desde a manhã até por volta das 23h30min – informou Ikeda.
O registro policial foi feito somente após a morte pelo próprio hospital. As autoridades responsáveis estão sendo procuradas pela reportagem para se manifestarem.
Conforme o titular da 10ª Delegacia de Polícia da Capital, delegado Abilio Olavo Andreoli Pereira, o crime deve ser investigado como latrocínio (roubo com morte).
De acordo com o levantamento da planilha de assassinatos do Diário Gaúcho, esse é o 31º latrocínio do ano em Porto Alegre. No mesmo período de 2015, o número de vítimas era 18 – um aumento de 72%.
Separado e pai de dois filhos, de dois e de cinco anos, Luiz Fernando morava com a avó em Canoas. O velório e o enterro ocorreram no Cemitério Municipal Willy Martin, no bairro Operário, em Novo Hamburgo.