O comando para matar o traficante que acabou sendo confundido com o empresário Marcelo Oliveira Dias, 44 anos, partiu de dentro de uma cadeia gaúcha. Conforme a Polícia Civil, dois detentos que são líderes de uma facção criminosa com sede no bairro Bom Jesus queriam executar o criminoso para dominar o tráfico na região do Beco do Adelar, entre os bairros Aberta dos Morros e Serraria, zona sul de Porto Alegre.
Os mandantes foram identificados como Bruno Fernando Sanhudo Teixeira e Giovane Bueno Antunes. A polícia não disse em qual presídio eles estão.
Executores e traficante que era o real alvo haviam combinado um encontro no estacionamento do Zaffari da Cavalhada. Um perfil no Facebook foi usado para a emboscada. Uma adolescente de 16 anos estava no local e havia recebido a missão de avisar os assassinos quando um Peugeot branco entrasse no estabelecimento.
Ao ver o empresário no carro, a jovem avisou os criminosos, achando que ele era o traficante. "Marcelo entrou no estacionamento para procurar uma vaga. Quando encontrou, acabou achando a morte", afirmou a delegada Elisa Souza.
"Mais uma vez, a guerra do tráfico vitimou uma pessoa que nada tinha a ver com o crime", disse em coletiva o secretário de segurança, Cezar Schirmer.
Marcelo era dono de uma academia na zona sul, casado e tinha uma filha de 4 anos, que presenciou o crime. Ela se abraçou no pai enquanto ele agonizava. O empresário não tinha nenhum envolvimento com a criminalidade.
Foi preso Carlos Henrique dos Santos Duarte, o "Beiço". Ele atirou ao menos cinco vezes no empresário. O motorista do Fiesta branco usado no crime foi morto após confronto com os PMs em operação na noite de sábado. Ele foi identificado como Régis Maurício Lima Alves. A adolescente foi encontrada em casa pela equipe da 6ª Delegacia de Homicídios.
Um dos envolvidos na morte está foragido. O homem foi identificado como Rafael Panosso de Albuquerque, conhecido como Xuxa. Ele teria disparado nove vezes contra o carro da vítima.
