
Desde janeiro, os ônibus de Alvorada somam 189 casos de assalto. É o equivalente a 5,5 ocorrências a cada semana. Com mais 22 casos, 2016 vai se igualar ao número registrado em todo o ano passado. A média em 2015 foi de quatro casos semanais.
O levantamento é das empresas VAL e Soul, as responsáveis pelo transporte municipal e intermunicipal de cerca de 99 mil pessoas por dia. O número de ataques teve queda desde 2006, quando houve 993 assaltos a coletivos. Desde então, foram adotadas medidas como bilhetagem eletrônica e câmeras nos veículos.
Um motorista que preferiu não se identificar explica que os casos se concentram entre o fim da tarde e o começo da manhã. Ele relata ainda que passageiros também são vítimas.
“Estão entrando nos ônibus com armas de fogo ou facas. Muitas vezes são agressivos. Eles querem pegar os passageiros para levar celulares e dinheiro. Normalmente, é no Umbu, no Salomé e na Baltazar de Oliveira Garcia, principalmente entre 16h30 e 6h30”, reclama.
Segundo Marcelo Ternus, gerente de operações da Soul, há diversos casos de motoristas e cobradores que têm que se afastar do trabalho por estresse e por doenças psicológicas em razão dos traumas em assaltos. Além disso, a empresa tem dificuldades de escalar funcionários para trabalharem em determinadas linhas e horários em razão dos índices de assaltos.
O tenente-coronel Marcelo Carpes observa que a ação dos assaltantes em Alvorada é diferente do que ocorre nas demais cidades da Região Metropolitana. Não há uma quadrilha especializada. Os criminosos anunciam o assalto após circularem como passageiros para desembarcar perto de onde pretendem se esconder.
Conforme Carpes, a Operação Avante tem feito barreiras, principalmente nas entradas da cidade, interrompendo o percurso e abordando passageiros em busca de armas. O tenente-coronel também ressalta a importância do registro das ocorrências para haver uma ação baseada nas estatísticas.