*Leonardo Lopes, do Pioneiro
O assassinato de uma mãe que buscava o filho na escola em Porto Alegre, no final da tarde de quinta-feira (25), resultou no pedido de exoneração do secretário da Segurança Pública do Estado, Wantuir Jacini. O latrocínio (roubo com morte) ocorreu na Capital, mas poderia ter sido em Caxias do Sul. No mesmo dia e horário, um caso muito semelhante ocorreu no bairro Villagio Iguatemi. A diferença foi que, na Serra, o assaltante não apertou o gatilho. As informações são do Pioneiro.
As vítimas foram um representante comercial de 31 anos e sua esposa, de 27. Eles buscavam o filho de três anos na escola da rede Caminho do Saber, na Rua Guerino Sanvitto, pouco depois das 17h. A caminhonete Tiguan estava estacionada e a mãe colocava o menino no banco de trás quando a dupla criminosa apareceu.
"Foi muito rápido. Surgiu este rapaz correndo até a minha esposa e, quando percebi, tinha um segundo com um revólver na minha porta (do motorista). Eles mandaram descer e deixar tudo que tínhamos. Eu demorei até a minha esposa tirar o nosso filho do banco de trás. De resto, não tem o que fazer. Só pensava em proteger minha família", relembra o pai.
De acordo com o relato, os assaltantes estavam de cara limpa e muito nervosos. Queriam fugir logo com a caminhonete, de cor prata e placas NVZ-7456. O veículo segue desaparecido. Apesar de não serem conhecidos outros relatos contra pais da escola, o bairro Villagio Iguatemi é conhecido por estar na mira de assaltantes de veículos.
"Logo depois soube do caso em Porto Alegre pelo Pretinho Básico (programa da rádio Atlântida). Foi praticamente igual. Graças a Deus, com nós não aconteceu o pior. Não temos mais segurança. É a triste realidade", lamenta o representante comercial.
A direção da escola Caminho do Saber demonstra preocupação com o relato. A instituição já investe em segurança particular — uma empresa realiza rondas periódicas pelo bairro — e um reconhecimento biométrico para entrada de pais na hora da saída.
"O problema é o crescimento da violência de modo geral. Ouvimos diversos comentários de assaltos pelo bairro. Estamos buscando atitudes preventivas e um respaldo para além do oferecido pelo Poder Público. A comunidade, de modo geral, está buscando fazer sua parte para minimizar estes casos de violência. É uma preocupação constante", afirma a diretora Maristela Tomasi Chiappin, há 13 anos no cargo.