"Não tem policiamento. Não tem policiamento. Não tem policiamento. E a gente conversa com a Brigada Militar, com os órgãos e não tem retorno nenhum. Tudo o que fazemos é por conta própria". O desabafo é do diretor do Colégio e Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o padre Marcos Sandrini criticou a falta de ações da segurança pública no Rio Grande do Sul após a morte da mãe de um aluno no fim da tarde de ontem.
"No aspecto interno estamos fazendo tudo o que for possível. O que nos preocupa é o aspecto externo. Não temos como armar as pessoas no entorno. Não pertence ao colégio e sim ao poder público."
O diretor lembra que a região conta com outras instituições de ensino. São de 15 a 20 mil alunos que estudam nas proximidades. Somente no Dom Bosco são 1,2 mil alunos do colégio. O assalto que vitimou Cristine Fonseca Fagundes, de 44 anos, ocorreu por volta das 17h45, em um horário de grande movimento.
"A audácia foi muito grande. Nem é mais tocaia. Muitas crianças presenciaram"
Inclusive, a instituição paga táxis para os alunos noturnos da faculdade serem transportados 500 metros adiante, até uma parada de ônibus da avenida Assis Brasil.
"Mas de nada adianta serem assaltados na parada. Isso é tarefa nossa? Não é. Mas somos obrigados a fazer sob pena de oferecer risco ao aluno."
O apelo do diretor é por ações a longo prazo. Ele lembra que o Rio Grande do Sul ttem hoje 52% dos adolescentes fora da escola.
"Estamos em estado de choque. A nossa comunidade está consternada. O momento é de muita tristeza. Não sairemos dessa situação sem investimento e uma gestão diferente, para colocarmos todas as crianças e adolescentes nas escolas".
O colégio suspendeu as aulas nesta sexta-feira (26). As atividades serão retomadas na segunda-feira (29).