Suspeito de ter participado do estupro coletivo de uma adolescente no Rio, Lucas Duarte Santos, 20 anos, vai sustentar em seu depoimento à polícia que o crime, na verdade, não aconteceu. A argumentação dele, segundo seu advogado, Eduardo Antunes, será de que tudo se trata de uma "invenção" da menina para justificar imagens suas publicadas na internet frente aos pais, que são religiosos.
Santos está, desde o final da tarde desta sexta-feira, na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), onde será interrogado pelo delegado Alessandro Thiers. Conforme o advogado, o rapaz teve um relacionamento com a adolescente no passado.
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A versão dele é de que, após participar de um baile funk, dois casais se reuniram em uma casa abandonada no Morro da Barão, na Praça Seca, zona oeste. A adolescente teria tido relações sexuais com outro rapaz que também está na DRCI para prestar depoimento. No mesmo local e momento, Santos teria tido relações com outra menina, também presente à delegacia nesta noite.
O advogado afirma que os três teriam deixado a adolescente na casa e que não podem dizer se houve estupro em seguida. Antunes admite, no entanto, que o jovem que teria tido relações com ela expôs uma foto da adolescente no Whatsapp.
– Eles se encontraram em um baile funk e foram para esse imóvel. Eles tiveram a relação, cada qual com sua parceira. A questão dos 30 é um rap que exalta um dos personagens lá do local dizendo que o fulano é o cara, engravidou mais de 30. Não que 30 tivessem ficado com a menina – disse o advogado.
Versão da vítima
Conforme a advogada da adolescente, Elisa Samy, que acompanhou a vítima em seu depoimento nesta sexta-feira, o estupro coletivo foi cometido por "33 bandidos envolvidos com o tráfico de drogas no Morro da Barão".
Elisa afirmou que a adolescente disse ter acordado no domingo sem reconhecer nenhum dos estupradores, que seriam todos ligados ao tráfico de drogas. Com isso, ela isentaria Lucas Santos de participação direta.
– Ela acordou e contou 33 homens com armas, nenhum deles conhecido. Eram homens do tráfico – afirmou a advogada.
A adolescente prestou depoimento na DRCI e deixou a Cidade da Polícia às 21h20min, sem falar com os jornalistas. A advogada disse não saber se continuará no caso. Afirmou que se prontificou a ajudar neste depoimento e que a família decidirá quem representará a adolescente daqui para a frente.
*Zero Hora com agências