A Polícia Civil recebeu da administração da Arena imagens de câmeras de segurança de diversos acessos às dependências do estádio. O material tem mais de duas horas de duração e já começou a ser analisado. O objetivo é confrontar as imagens com informações de torcedores que já foram ouvidos e negaram estar no espaço da Geral, na noite da partida entre Grêmio e Santos.
A polícia espera ainda que as imagens possam a ajudar a identificar pessoas que circularam pelo Arena e ficaram na Geral durante o jogo. Os investigadores admitem dificuldade em reconhecer três torcedores.
Nesta quarta-feira (10), mais um torcedor que já havia prestado depoimento voltou a ser ouvido. Rodrigo Rychter, 19 anos, aparece nas imagens no espaço da Geral e admite ter xingado o goleiro Aranha. No entanto, negou, novamente, que tenha usado palavras racistas.
"Eu discuti, para ele (o Aranha) começar a jogar. Eu disse 'bota essa bola no chão, começa a jogar, com raça', batendo no braço e olhando firme. E ele começou a dizer que a gente estava eliminado, começou a provocar. Foi nessa hora que pessoas desestabilizadas fizeram cânticos de 'macaco', ofendendo com palavras agressivas. Mas, teoricamente, foi ele (Aranha) que começou", explicou Rychter.
Rychter prestou o segundo depoimento acompanhado do advogado. O torcedor disse que não é integrante da Torcida Geral, e nem é sócio do Grêmio. Ele costuma assistir jogos com frequência no espaço da Geral pelo fato de o local ser mais barato. Também afirmou que começou a receber ameaças.
A polícia não tem previsão de novos depoimentos para esta quarta-feira e conta ainda com a colaboração de testemunhas para identificar outros torcedores que aparecem nas imagens.