Os juízes das varas de execuções criminais de Porto Alegre e região liberaram as transferências de presos do Presídio Central. A decisão foi tomada em reunião entre os magistrados, representantes da Secretaria de Segurança e o governador em exercício e presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Aquino Flores de Camargo. As transferências estavam suspensas por decisão dos juízes, que exigiam mais informações sobre as cadeias que receberão os apenados. Serão transferidos inicialmente todos os 380 presos que estão no pavilhão C para a Penitenciária Modulada de Montenegro. Com a decisão, a Secretaria de Segurança poderá começar a demolir o Presídio Central. O secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, promete começar a demolição em no máximo 15 dias. Diferente do que o Governo vinha anunciando inicialmente, desta vez o objetivo não é mais desativar o Presídio Central até o fim do ano, mas deixar a cadeia com o mínimo de presos possível.
"O enfrentamento maior nosso foi a geração de vagas. Nosso calendário de obras para gerar vagas para retirarmos aproximadamente 3.400 do Presídio Central até o fim do ano está previsto. Está definido", reforça Michels.
Pela última previsão da Secretaria de Segurança, o esvaziamento completo do Presídio Central ocorrerá no meio de 2015. O secretário adianta outro projeto do Governo após a desativação da casa prisional. O de construir em parte do terreno a Cadeia Pública de Porto Alegre.
"Quando nós tivermos a necessidade aqui de cadeias públicas, nós teremos já uma geração de presos que ficará inicialmente em Canoas, mas que depois logo retornará quando estiver concluída uma cadeia pública aqui em Porto Alegre", adianta o secretário.
O projeto do Governo é construir a cadeia pública nos fundos do terreno onde fica o Presídio Central, com capacidade para receber 1.200 presos provisórios. Na parte da frente, onde fica a administração, a estrutura deverá ser aproveitada pelo Estado, mas não pelo sistema carcerário.