A comunidade de Três Passos iniciou pouco antes das 8h desta terça-feira (26) uma corrente de orações nas proximidades do foro da cidade, onde ocorre a primeira audiência sobre o caso Bernardo. Moradores levaram cartazes e camisetas com a foto do menino Bernardo Boldrini, assassinado no dia 4 de abril, e encontrado 10 dias depois em uma cova na cidade de Frederico Westphalen.
Desde então, foram criados pelo menos 24 grupos na rede social Facebook pedindo por justiça no caso. E, hoje, todos estão chamando seus integrantes para fazer a chamada “Corrente do Bê”.
A partir das 9h15, 33 testemunhas serão interrogadas na primeira audiência judicial do caso. Serão 11 testemunhas de acusação pela manhã, e 22 de defesa à tarde. Entre as pessoas ouvidas estão vizinhos, professores de Bernardo, as delegadas do caso, pessoas que cuidaram dele, e a secretária do médico Leandro Boldrini, pai da vítima.
A Brigada Militar irá disponibilizar 40 policiais, inclusive de outras cidades, para garantir a segurança no foro de Três Passos. A partir das 8h30, as ruas do entorno devem ser interditadas e haverá reforço na segurança interna do Judiciário.
Somente dois réus, os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz, também acusados de matar Bernardo, participarão da audiência, mas sem prestarem depoimento. No entanto, o pai e a madrasta do menino, Graciele Ugulini, não comparecerão à audiência.
Em um segundo momento, outras testemunhas serão ouvidas. Contando com as de hoje, serão 77 no total.
Caso Bernardo
Bernando Uglione Boldrini, 11 anos, foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, o médico-cirurgião Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.
O pai, a madrasta e uma amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, respondem na Justiça por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. O irmão de Edelvânia, Evandro, também responde por ocultação de cadáver. O pai de Bernardo ainda é acusado por falsidade ideológica.