A decisão da Justiça que suspendeu a prisão preventiva de Maurício Dal Agnol causa indignação em clientes que teriam sido vítimas de um golpe promovido pelo advogado. No momento em que ele se apresentou à Justiça, na quarta-feira (19), em Passo Fundo, moradores foram ao Fórum protestar contra a situação. A estimativa da Polícia Federal é de que 30 mil pessoas tenham sido lesadas em R$ 100 milhões. O esquema também captou vítimas no Norte do Estado e na Serra gaúcha.
Na fraude, as pessoas eram convidadas a encaminharem ações contra uma empresa de telefonia, mas o advogado não repassava os valores devidos. Segundo o delegado da Polícia Federal em Paso Fundo, Mauro Vinícius Moraes, as investigações sobre a atuação de Dal Agnol permanecem em andamento e há cerca de cem inquéritos abertos contra ele.
Ao conceder a suspensão da prisão de Dal Agnol, a Justiça estabeleceu que o advogado deveria entregar seu passaporte, comparecer semanalmente em juízo (nas segundas e sextas-feiras) para informar e justificar suas atividades, não sair de casa entre as 21h e 6h e depositar uma fiança no valor de R$ 1.626.734,75 para assegurar o pagamento de indenização pelos danos causados às vítimas.
A mulher do advogado, Márcia Fátima Dal Agnol, pagou fiança de R$ 724 mil no fim de fevereiro e, no início deste mês, teve o mandado de prisão revogado pela Justiça do Rio Grande do Sul.
O advogado de Dal Agnol foi procurado pela reportagem, mas ainda não respondeu ao contato.