O detector de mentiras que será utilizado para interrogar o pai do menino Bernardo Boldrini, o médico Leandro Boldrini, foi incorporado pela Polícia Civil nas rotinas de investigação de crimes em 2010. Somente no ano passado, o aparelho foi empregado em 34 casos. Em apenas cinco meses deste ano, foram 30 casos.
O inspetor Demetrio Peixoto, do Gabinete de Inteligência da Polícia Civil de Porto Alegre, disse em entrevista ao programa Gaúcha Repórter nesta quarta-feira (28) que, além da credibilidade colocada nos autos do inquérito, o emprego do aparelho garantiu uma mudança no conceito da investigação policial, com uma "polícia mais inteligente, que utiliza de métodos tecnológicos".
O interior do Estado lidera o número de casos que utilizam o aparelho. Na grande maioria, o detector atende crimes de abuso, estupro, homicídio e desaparecimento. O perito esclarece que em um mesmo caso, o aparelho pode ser utilizado em todas as testemunhas, vítimas e possíveis autores do crime.
O inspetor Demetrio Peixoto é o único perito que está habilitado para utilizar o aparelho no Estado. Ele esclarece que as entrevistas são feitas somente por ele junto ao entrevistado, sem a presença do delegado da investigação.
Peixoto conta que, em um caso no interior do Estado, uma menina de seis anos dizia ter sido abusada pelo tio. A policia submeteu toda a família ao detector e chegou, por meio do aparelho, a outra conclusão: o primo foi o responsável pelo crime, fato que mudou a linha da investigação.
Interrogatório do pai de Bernardo
O judiciário aceitou o pedido feito pela defesa de Leandro Boldrini para o uso do detector em seu depoimento. A reportagem procurou o advogado Jader Marques, que afirmou que já foi notificado da decisão e agora vai estabelecer um cronograma junto à policia para saber quando isso será feito.
O irmão da assistente social Edelvânia Wirganovicz, acusado de ocultação de cadáver, também foi entrevistado com o uso do aparelho.
Guerrinha passa por teste do detector de mentiras; veja como funciona:
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Ouça teste feito com a repórter Kelly Matos, no Gaúcha Repórter: