A madrasta de Bernardo Boldrini, morto aos 11 anos em Frederico Westphalen, prestou depoimento à Polícia Civil de Três Passos nesta quarta-feira (30). De acordo com o advogado Vanderlei Pompeo de Mattos, Graciele Ugulini isentou o marido de envolvimento na morte do garoto. O médico Leandro Boldrini, a madrasta e uma amiga dela estão presos desde o dia 14 de abril.
O depoimento, que durou cerca de uma hora, foi dado a três delegados na penitenciária de Ijuí, onde Graciele está presa. O principal motivo foi esclarecer o envolvimento dela após a divulgação de resultados periciais, principalmente o que comprovou que o menino foi sedado.
"Ela sustentou que foi fazer negócios em Frederico Westphalen. Não tinha o propósito macabro. Ela contou depois, para mim, que ele (Leandro) não teve participação, que não tem nada a ver com a situação", disse o advogado. Pompeo de Mattos afirmou que não houve premeditação, conforme o depoimento.
"Tem que respeitar uma ordem judicial de segredo de Justiça, mas acho que se avançou bastante com a narrativa feita pela Kelly (apelido de Graciele), completou o advogado.
Entenda o caso
Bernando Uglione Boldrini foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.
O pai chegou a afirmar que o garoto havia retornado com a madrasta de uma viagem a Frederico Westphalen, no dia 4, quando teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Bernardo deveria voltar no final da tarde do dia 6, o que não ocorreu.
Após dez dias de investigações, foram presos o pai, a madrasta e uma amiga dela. A suspeita é de que o menino tenha sido morto com uma injeção letal. Em entrevista coletiva, a delegada Virgínia Bamberg Machado, responsável pelo caso, afirmou não ter dúvidas do envolvimento dos três na morte de Bernardo.