O diretor-geral do Instituto-geral de Perícias (IGP), José Cláudio Garcia, admite que o órgão vem enfrentando tempos difíceis desde que o Departamento de Criminalística (DC) foi interditado, no início de novembro. Mas assegura que a situação é temporária e, em breve, as perícias vão retomar o ritmo.
Conforme Zero Hora publicou na edição de segunda-feira, a interdição do principal prédio do IGP (situado na Avenida Princesa Isabel, em Porto Alegre) fez com que, em média, 30 perícias deixassem de ser realizadas por dia. A maioria delas, no setor de Balística, vital para solução de crimes como homicídio.
É que a Balística lida com laboratórios de revelação química e câmaras para disparo de armas, hoje interditadas.
Garcia diz que as perícias de locais de crime (homicídios, trânsito, incêndios, ambientais etc) têm sido realizadas. As de veículos apreendidos, em depósito, estão retomando a sua plenitude e rapidamente serão atualizadas. Laudos de documentos já foram normalizados. O grande problema é com perícias internas, incluindo as de balística, informática, fonética, que ainda não retomaram as suas atividades.
- A previsão é que retornem agora, com exceção da balística. A de confronto e microcomparação de projéteis ainda está sem previsão - diz o diretor-geral.
Garcia ressalta que isso é uma situação temporária, a ser resolvida com aluguel de prédios. Um novo edifício para o IGP, a congregar os principais setores do DC, deve ser construído até 2015. O diretor do IGP diz ainda que desconhece que presos estejam sendo libertados por falta de perícias. Admite, porém, que há atrasos crônicos, devido a uma demanda represada de anos, em alguns laudos sobre armas possivelmente ligadas a homicídios.
Na reportagem publicada ontem, ZH revelou, também, que cerca de 20 plantonistas que permanecem 24 horas atuando em locais de crime estão praticamente acampados em uma sala do Departamento de Criminalística. Alguns descansam em colchonetes, outros, em poltronas, quando o normal seria em camas.
Sobre as condições de trabalho no plantão do DC, Garcia diz que pode oferecer uma alternativa: plantões de 12 horas, sem pernoite dos funcionários. A desvantagem para eles é que a folga posterior ao plantão será menor.
À espera dos laudos
Atraso em perícias é temporário, diz IGP
Falta de estrutura faz com que 30 exames deixem de ser realizados por dia
Humberto Trezzi / Brasília
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: