Não é a primeira vez que Silene da Silva Corrêa, 49 anos, exerce ilegalmente a profissão de médica. Esta é uma das conclusões a que o responsável pelo caso, o delegado Valeriano Garcia Neto, chegou na primeira semana de investigação.
No entardecer do último domingo, 3, ela foi presa em flagrante no Posto de Saúde de Cidreira, quando se apresentou para cumprir o plantão médico. Ela está presa preventivamente no Presídio Estadual Feminino de Torres.
Antes de ser presa, Silene trabalhou em três plantões médicos e atendeu 119 pacientes, relata Neto, delegado titular da Delegacia de Polícia Civil de Cidreira, no Litoral Norte. Os agentes da polícia estão entrando em contato com os pacientes para que eles voltem ao posto de saúde para conversar com os médicos. Foram as autoridades municipais que a denunciaram para a Polícia Civil, quando desconfiaram de um remédio receitado por ela. A prescrição trazia uma pomada que, na verdade, não existia. Era um colírio.
- Devido a nossa necessidade, ela começou a trabalhar enquanto fazíamos a verificação dos seus documentos. Em consequência do que aconteceu, nós mudamos o nosso procedimento na contratação de médicos: não aceitaremos mais xerox de documento, e só começará a trabalhar depois que fizermos todas as verificações necessárias - informa Léia dos Santos Espíndola, secretária de Saúde da cidade.
O inquérito policial tem 10 dias úteis para ser concluído. Atualmente, as investigações estão na fase de verificar os documentos da relação trabalhista de Silene com a prefeitura.
- Somando as informações, tiradas de depoimentos, com a impressão pessoal que fiquei dela depois de conversarmos, cheguei a duas conclusões: não é a primeira vez que fica diante da autoridade policial. E também não resolveu falsificar agora o documento e vir trabalhar em Cidreira. Creio que ela já tenha trabalhado antes. Estamos buscando esclarecer o fato - comenta o delegado.
O delegado está tentando encontrar o rastro de Silene antes de ser presa em Cidreira. O processo de falsificação da documentação de médica foi exatamente simples, comenta o delegado. Ela conseguiu, na internet, um espelho de uma carteira do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais. Colocou os dados pessoais dela e clonou o registro de uma médica mineira.