Pouco mais de dez meses depois da morte de Brunno Kirsch, 22 anos, e Nicolas de Freitas, 20, a Justiça condenou a prisão, em regime fechado, os três autores da execução dos jovens, ocorrida em outubro do ano passado, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. As vítimas foram alvejadas na nuca por William Gabriel da Silva, de 20 anos. O criminoso foi sentenciado a 34 anos e oito meses, mesma pena imposta ao comparsa Cleiton Schilke, 22. O terceiro, Jácson, da Cruz Souza, 21, pegou uma pena um pouco mais branda: 33 anos, seis meses e 20 dias de prisão. Na decisão da juíza Andrea Hoch Cenne, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Novo Hamburgo, o trio não poderá recorrer em liberdade.
Embora apenas um dos bandidos tenha efetuado os disparos, Cenne considerou que tanto Schilke como Souza tiveram participação efetiva no assalto.
- Como já destacado, Cleiton e Jácson permaneceram no interior do automóvel, contribuindo para o deslindo do ilícito e, com os disparos, não mudaram seu comportamento, tampouco demonstraram surpresa. Além disso, ambos agrediram a vítima André com um soco no rosto - argumentou a magistrada na decisão, proferida nesta segunda-feira.
O depoimento do único sobrevivente do assalto, André Alencar Teixeira Júnior, foi fundamental para desconstruir a versão da defesa de Silva, que alegava disparo incidental em decorrência da reação das vítimas. Ele alegou que durante o assalto William Gabriel da Silva bradava que "tinha saído naquela noite para matar", além de destacar que não houve qualquer tipo de reação. A defesa ainda pode recorrer.
Entenda o caso
Na madrugada do dia 7 de outubro de 2012, os amigos Brunno Zimmermann Kirsch, Nicolas Gottschald de Freitas e André Alencar Teixeira Júnior estavam na frente de um bar na rua Bento Gonçalves, em Novo Hamburgo, decidindo para onde iriam em seguida. Na frente do estabelecimento, eles foram interpelados por um trio de bandidos que os obrigou a entrar no Vectra de Teixeira Júnior.
Cleiton Schilke dirigiu o veículo em direção ao bairro Canudos, onde os meliantes moravam. Ao seu lado ficou Jácson da Cruz Souza e, no banco traseiro, William Gabriel da Silva sentou-se ao lado dos três rapazes assaltados. Da Silva estava armado de um revólver calibre .38. Embriagado e sem dinheiro, o trio queria, de acordo com depoimento prestado à época, apenas dinheiro, celulares e o carro.
No entanto, da Silva atirou na nuca de Kirsch e Freitas, que morreram na hora. O único sobrevivente teria, então, entrado em luta corporal com o autor dos disparos. Enquanto brigavam, o carro passou por cima de um buraco, estourando um dos pneus. Agredido pelo trio de criminosos, Teixeira Júnior aproveitou a brecha do problema no carro e conseguiu fugir, pedindo socorro em um bar, de acordo com depoimento prestado.
O trio confessou a morte dos dois jovens e foi encaminhado para a Penitenciária Modular de Montenegro em outubro do ano passado. O Vectra com os dois corpos dentro e com os pertences das vítimas fora encontrado na rua Bananal, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo.
Justiça feita
Trio que executou jovens em Novo Hamburgo é condenado a mais de 30 anos de prisão
Brunno Kirsch e Nicolas de Freitas foram mortos com tiros na nuca após serem abordados em saída de bar
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