Março recém começou, e os ataques a caixas eletrônicos já são 36,3% maiores em 2012 do que o registrado no primeiro trimestre do ano passado. Em geral, as investidas são com uso de explosivos - modalidade que se repetiu 13 vezes nos últimos 14 meses - ou maçaricos.
Entre a madrugada de domingo e a de segunda, pelo menos quatro agências e postos bancários foram alvo de bandidos no Estado.
Em dois casos, na Serra (em Ipê) e na Região Metropolitana (em Sapucaia do Sul), os ladrões destruíram os estabelecimentos com dinamite. Os outros dois ataques foram à prefeitura de Sapiranga e a um terminal na entrada de um prédio da Capital.
Alarmado, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) anunciou ontem um reforço de pessoal para a Delegacia de Repressão a Roubos a fim de estancar as ações.
- Existe uma preocupação com o que vem ocorrendo. Estamos analisando as necessidades e vamos aumentar o efetivo - garantiu o diretor do Deic, Guilherme Wondracek.
A onda de ataques com explosivos ganhou força em 2010, a partir da adoção de medidas de segurança mais rígidas introduzidas pelos bancos como menos dinheiro nos cofres das agências e horário programado para abertura com a chave em poder de empresas de segurança.
As quadrilhas têm cooptado técnicos em detonação em explosivo - chamados de blasters - para montar os artefatos, parte deles desviados de pedreiras no Interior.
Em meados do ano passado, a Brigada Militar iniciou uma série de vistorias em pedreiras, analisando a procedência dos explosivos, catalogando os estoques e os profissionais que manuseiam os artefatos.
Além disso, prometeu reforçar a vigilância nas estradas durante a noite, período em que ocorrem os ataques. Mas as ações têm se mostrado insuficientes, até porque em parcela significativa das explosões são usadas dinamites contrabandeadas livremente no Paraguai.
Os ataques com explosivos são uma moda nacional que varre o país de Norte a Sul. Em Santa Catarina, por exemplo, desde janeiro de 2011, já são 56 casos.
Conforme Jaci Meyer, presidente da Comissão de Segurança Bancária da Associação de Bancos do Rio Grande do Sul, a maioria das instituições financeiras utiliza uma tinta especial que mancha as cédulas - tornando-as inválidas - quando o caixa eletrônico é violado.
joseluis.costa@zerohora.com.br
Segurança
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