Se menos é mais ou ainda se tempo é dinheiro, nada mais justo do que coroar o High Intensity Interval Training (HIIT) como o queridinho dos exercícios para a temporada 2018. Ele foi o campeão da pesquisa anual feita pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (American College of Sports Medicine/ ACSM), que ouviu mais de 4 mil profissionais da área.
No top três desde 2014, esse tipo de treinamento busca otimizar o processo de queima calórica em um curto período de tempo. Para atingir esse objetivo, a proposta é fazer movimentos intensos com pouco descanso, totalizando, geralmente, no máximo 20 minutos.
— Mesmo que os entrevistados alertem para os relativamente altos riscos de lesão associados ao HIIT, ele continua sendo muito popular em academias em todo o mundo — disse o presidente da ACSM, Walter R. Thompson.
Nesta edição da pesquisa, o HIIT desbancou as tecnologias "vestíveis", dadas como as grandes apostas de 2017.
— A tecnologia ajuda o aluno, mas pode ser um fator que encarece também. Muitas vezes, a pessoa não tem um frequencímetro (medidor de frequência cardíaca) porque é caro — justifica Roberta Ortega, professora da Fórmula Academia.
Apesar de apontar o que deve ser destaque no ano seguinte, a tendência que nunca sai de moda é fazer o que se gosta.
— Todos os treinamentos são eficientes quando bem aplicados. O mais importante é fazer o que se gosta, pois se não fizer com prazer, há probabilidade maior de desistir — alerta Jerri Luiz Ribeiro, professor do programa de pós-graduação em Biociências e Reabilitação do Centro Universitário IPA.
Confira abaixo a opinião de especialistas sobre as cinco tendências mais bem posicionadas para 2018:
1 - HIIT
Reduzir o tempo dos exercícios sem perder os benefícios que eles oferecem. Parece mágica, mas é o High Intensity Interval Training, o popular HIIT. Com treinos que duram, no máximo, 20 minutos, essa modalidade consegue trabalhar vários grupamentos musculares ao mesmo tempo.
— É uma tendência que veio com tudo. Virou febre mundial. Para quem não tem tempo, é uma atividade super eficaz, desde que feita da maneira correta — aponta Roberta.
Mas é preciso cuidado. Ribeiro lembra que embora queime bastante calorias, ela é altamente lesiva:
— Este treinos são indicados para quem tem uma boa experiência e pratica atividade há mais tempo. Quem está começando, para perder peso, deve optar pelos mais leves e duradouros.
2 - Treino em grupo/ aulas coletivas
Quem lembra das aulas de step, jump ou zumba? Roberta lembra que, por um tempo, elas ficaram demodé, mas que com a introdução do HIIT as atividades coletivas ganharam uma sobrevida. Muito além do exercício em si, essas modalidades ainda estimulam a sociabilidade entre os alunos.
3 - Tecnologias "vestíveis"
A grande aposta para este ano esbarrou nos preços salgados. Pessoas que conseguem investir nesses produtos ganham mais segurança e resultados.
— Com eles o monitoramento da saúde é melhor — aponta Ribeiro.
As opções vão desde controlar os batimentos cardíacos até fiscalizar o sono e contar passos.
4 - Treino com peso do corpo
Bastante relacionado ao HIIT, os exercícios com uso do peso do corpo ajudam a melhorar a consciência corporal e trabalhar todas as possibilidades de movimentos que o corpo oferece.
— A maioria dos alunos fica horas sentado em frente ao computador. Tem que tirar as pessoas dessa posição confortável e trabalhar o corpo de forma global. O homem está, cada vez mais, com os ombros e a cabeça para baixo. Queremos resgatar que o ser humano é aberto, e precisa crescer e se expandir — diz Roberta.
O ponto negativo, segundo Ribeiro, é que esse treino serve para iniciantes. Passado um período, a tendência é a estagnação.
— Então, a pessoa vai ter que usar pesos extras.
5 - Treino de força
Importante em qualquer faixa etária, o treino com peso ganha ainda mais relevância se pensarmos no envelhecimento da população. Com o passar dos anos, há perda de massa óssea, prejudicando os movimentos. Realizar trabalhos com peso diminui essa perda óssea e mantêm a integridade da postura.
— Como a população está ficando velha, trabalhar a força ajuda a manter a mobilidade. Ainda há a cultura que musculação é levantamento forte de peso, como os bodybuilders, enquanto, na verdade, eu tenho um jogo de balança com quantidade de peso e repetições _ afirma a professora.