São 35 anos desde que Donald Francis ouviu sobre os primeiros casos de uma enfermidade tão mortal quanto, à época, misteriosa. Com a experiência de quem já tinha erradicado a varíola no Sudão e na Índia, testado vacinas para hepatite B e trabalhado em um time da Organização Mundial da Saúde (OMS) no primeiro surto de ebola, no Sudão do Sul, o epidemiologista americano de 73 anos esteve na linha de frente da investigação do que chegou a ser denominado como "peste gay". Nos tempos em que foi diretor do laboratório de aids do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, travou duras batalhas, econômicas e políticas, para implantar um programa de ação e prevenção à doença, que, conforme o número de casos aumentava, mostrava-se tão letal quanto o ebola.
Com a palavra
Donald Francis: "O caçador de epidemias é um bombeiro"
Um dos cientistas pioneiros no combate à aids como epidemia, nos anos 1980, fala sobre os desafios para pesquisar novas vacinas, sobre os atuais surtos epidêmicos e elogia o trabalho do Instituto Butantã, do Brasil
Maria Rita Horn