Com o fim do verão e o início das estações frias, os vírus que provocam resfriados e gripes começam a dar sinais de força. O clima serve de alerta para que os pais monitorem os sintomas nas crianças, que podem até indicar problemas mais graves como rinite ou asma.
O pneumologista pediátrico Paulo Pitrez, professor de Medicina da PUCRS, explica que os resfriados e as gripes são menos comuns no verão porque os vírus respiratórios "gostam do frio", se multiplicando com baixas temperaturas.
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– No período de março a abril, essas infecções respiratórias começam a aumentar, tendo pico no inverno, quando vemos as emergências lotadas por causa delas – diz o médico.
Outro fator que favorece a maior transmissão desses vírus nos meses frios é que as pessoas costumam ficar aglomeradas em locais fechados, observa o vice-presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Marcelo Porto.
Por combater os subtipos mais graves do vírus da gripe, o influenza, Porto alerta para a importância de tomar a vacina anualmente. Isso porque a fórmula sofre alterações a cada ano. Na rede pública, a vacina deve chegar no final de abril, conforme a Secretaria Estadual da Saúde. Clínicas particulares já estão comercializando doses.
– A vacina serve para reduzir a chance de termos casos mais graves de gripe, que podem levar à morte. Quem tomou pode acabar pegando resfriados, causados por vírus menos graves – explica Porto.
A importância de procurar diagnóstico adequado
Tanto o resfriado quanto a gripe são os grandes vilões das crianças com doenças crônicas como rinite ou asma, que são hipersensíveis às infecções respiratórias, explica Pitrez. Por isso, os pais precisam ficar atentos se os sintomas durarem mais do que sete dias.
– É comum ver no consultório pacientes que estão há quatro meses com sintomas respiratórios e os pais acham que é uma gripe "mal curada", quando, na verdade, o filho é alérgico – explica o pneumologista pediátrico.
A dica do especialista é que os pais suspeitem de doenças alérgicas, como rinite ou asma, que têm tratamento por meio de medicamentos. A rinite é uma doença crônica que afeta o nariz, e os sintomas são persistentes: nariz escorrendo, obstrução nasal, espirros e coceira. Já a asma é uma doença crônica que afeta o pulmão e, por isso, é mais grave que a rinite. Os sintomas são tosse, falta de ar, chiado no peito e sensação de aperto no peito.
– Em ambos os casos, o diagnóstico é clínico, por meio da observação dos sintomas e do histórico familiar. No caso da asma, em crianças a partir dos seis anos, ainda é possível fazer o exame de espirometria, em que elas sopram um aparelho que aponta a capacidade do pulmão – informa.
Pais de crianças com rinite e asma precisam ficar atentos à higiene e à limpeza da casa, pois o pó e o mofo costumam agravar os sintomas de quem sofre dessas doenças. Além disso, crianças com doenças respiratórias precisam ficar longe da fumaça do cigarro, que irrita tanto o nariz quanto os pulmões.
Vacina contra a gripe
Rede pública
A campanha nacional de vacinação está marcada para começar nacionalmente em 30 de abril, mas o período de aplicações pode ter a largada no Estado em 25 de abril. Podem se vacinar crianças de seis meses a cinco anos, além de doentes crônicos, idosos com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, povos indígenas, gestantes, mulheres com até 45 dias de pós-parto, presos e funcionários do sistema prisional.
Rede privada
Clínicas particulares já oferecem doses da vacina, de dois tipos: a trivalente, que protege contra três tipos de vírus da gripe, e a tetravalente, que protege contra quatro tipos de vírus da gripe.