Nove mil e cem gestantes cadastradas no programa Bolsa Família no Rio Grande do Sul devem receber repelente de graça para se proteger do mosquito Aedes aegypti, que transmite o zika vírus, a dengue e a febre chinkungunya. O número foi confirmado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo benefício.
A distribuição gratuita do produto para mulheres grávidas do programa foi anunciada na última segunda-feira pelo Ministro da Saúde, Marcelo Castro, em Brasília. São 400 mil gestantes no país. Os detalhes da distribuição, no entanto, ainda não foram divulgados pela pasta.
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Na manhã desta quarta-feira, os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Saúde, Marcelo Castro, reuniram-se com fabricantes de repelentes no Palácio do Planalto. Também nesta quarta, o Ministério da Saúde divulgou um novo balanço da microcefalia no país. Ao todo, o Brasil teve 4.180 casos suspeitos registrados até o dia 23 de janeiro. Destes, 3.448 casos seguem sendo investigados, para ver se existe relação com o zika vírus. Outros 462 casos já foram descartados. O Rio Grande do Sul se manteve sem alterações, com apenas um caso confirmado de microcefalia associada ao zika vírus até agora.
Ainda na tarde desta quarta, o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, vai dar detalhes da participação das Forças Armadas no combate ao mosquito. Uma grande mobilização nacional está prevista para 13 de fevereiro, com o apoio de 220 mil militares. No Rio Grande do Sul, segundo o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo, o dia "D" vai mobilizar 60 mil pessoas em ações de combate e conscientização, sendo 20 mil homens do exército, 20 mil servidores das secretarias de Saúde do Estado e dos municípios e mais 20 mil servidores de outros órgãos. Todos serão convocados para trabalhar no sábado. Entre as atividades da força-tarefa, está a visita a casas de moradores e limpeza em locais com possíveis focos do mosquito.
Benefício
O Ministério do Desenvolvimento Social também informou que mães de crianças diagnosticadas com microcefalia podem se inscrever no Benefício de Prestação Continuada (BPC). Segundo a assessoria de imprensa do MDS, não se trata de um benefício novo, mas que ganhou destaque pelo aumento no número de casos da doença no país.
O auxílio tem o valor de um salário mínimo por mês e é normalmente concedido a idosos com mais de 65 anos que não recebem aposentadoria e a pessoas com algum tipo de deficiência. Mães de bebês com má-formação e sequelas por causa da microcefalia já tinham direito ao benefício, mas os casos eram poucos até então.
Para receber a ajuda, é preciso passar por uma perícia no INSS, para comprovar a deficiência. Outro requisito é que a pessoa tenha família com renda per capita de até um quarto do salário mínimo (equivalente a R$ 220).