O governo federal investirá R$ 10 milhões em pesquisas da fosfoetanolamina em um período de dois anos. O anúncio foi feito pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação na quarta-feira. O objetivo dos estudos é comprovar se a substância realmente é benéfica para o tratamento do câncer.
Deste total, R$ 2 milhões serão alocados do orçamento de 2015. Em 2016 e 2017, serão aplicados mais R$ 8 milhões. Segundo o ministro da pasta, Celso Pansera, um grupo de cientistas vai apresentar na segunda-feira um cronograma preliminar para a validação dos efeitos da molécula. A ideia é que os estudos sejam conduzidos por laboratórios que têm parcerias firmadas com o ministério, o Instituto Butantan e os institutos ligados ao Ministério da Saúde.
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Os resultados das pesquisas deverão ser publicados em um site específico sobre a substância. O ministro defende que eles sejam divulgados a cada três meses:
- Nós julgamos fundamental tratar essa questão com transparência, em função da comoção social que foi criada.
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Nos últimos meses, o debate acerca da fosfoetanolamina ganhou força entre cientistas e a sociedade brasileira. No entanto, não há ainda comprovação científica da eficácia da substância e da segurança do uso dela para os pacientes.
- Tem alguns princípios que a gente não pode deixar de lado, que é a segurança do cidadão que vai utilizar o remédio e a eficiência dele. Nos sentimos na obrigação de dar uma resposta segura para um drama da humanidade, e não só dos brasileiros, para o que é uma das maiores causas de mortes e de gastos com saúde no mundo todo. Temos a obrigação de verificar isso cientificamente - afirmou Pansera.
A polêmica da fosfoetanolamina no combate ao câncer
Outra preocupação do governo é relacionada à possível produção industrial da fosfoetanolamina. Conforme o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do ministério, Jailson de Andrade, é fundamental garantir a segurança de todo o processo para que os pacientes de câncer possam ser atendidos.
- Assumindo que a molécula seja comprovada como medicamento, é preciso que ela seja produzida em quantidade suficiente para atender a população. Essa produção precisa ter garantias de que a molécula é produzida num nível de pureza elevado. Essa é uma etapa extremamente importante, mas certamente essa etapa depende de uma comprovação prévia de que a molécula terá um uso seguro e eficiente.
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