O calor está demais. Sensação térmica de deserto. E o sul do país parece que virou alvo solar. Felizmente chegaram as férias de verão. Corrida para praia, piscina, o que puder para refrescar. Junto, muito sol e seus riscos.
Estudos mostram que a exposição solar excessiva na infância aumenta de forma significativa o risco de câncer de pele na idade adulta. Aproximadamente 50% da exposição solar durante toda vida de uma pessoa acontece até os 18 anos. Em média, as crianças despendem de duas e meia a três horas diárias em atividades externas recebendo o triplo da radiação comparado ao adulto. Os dois principais mecanismos naturais de proteção que são a barreira epidérmica e a produção de melanina são deficientes na criança, especialmente nas menores de um ano.
Das radiações recebidas do sol, 5% correspondem à ultravioleta, Sua incidência aumenta nas latitudes equatoriais durante os meses do verão, principalmente entre 10h e 16h. Desta radiação ultravioleta, de 90 a 95% correspondem ao comprimento de onda definido como radiação ultravioleta A e o resto de B. A radiação UV-A predominante atravessa nuvens, poluição, vidros e penetra mais profundamente em nossa pele com maior potencial destrutivo. A UV-B é a que se revela mais facilmente, dentro de três a quatro horas, por meio da queimadura solar. Ambas devem ser controladas.
A classificação do tipo de pele, da mais clara até a negra, leva em consideração a quantidade de melanina do indivíduo e sua facilidade para queimadura solar e bronzeamento. Ela serve para alertar que pessoas ruivas ou loiras, de olhos claros e com sardas, representam a camada de maior risco para câncer de pele.
As medidas de fotoproteção são conhecidas, mas nem sempre respeitadas. De modo geral: evitar exposição solar entre 10h e 16h, usar roupas e bonés adequados, usar óculos com proteção UV e proteger-se também nos dias nublados. Em relação ao filtro solar: opte por produtos que utilizam substâncias indicadas para a pele da criança, escolha protetor solar com FPS 30 ou maior e reaplique a cada duas horas ou após o banho. Seja generoso, usando a regra de uma colher de chá para a cabeça e quantidade proporcional para o resto do corpo.
A Organização Mundial de Saúde considera a criança o principal alvo das campanhas de fotoproteção. Ela é mais receptiva às orientações. Então, ensine seus filhos desde os três anos que só podem brincar no sol quando sua sombra for maior que eles, e mesmo assim, só usando filtro solar. É um bom começo.
Atenção!
- Bebês menores de seis meses: não se recomenda filtro solar e não devem ser expostos diretamente ao sol.
- De seis meses a dois anos: recomenda-se os produtos em creme.
- Acima de dois anos: prefira produtos resistentes à água, que garantem proteção em banhos de até 40 - 80 minutos.
Fontes: Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Dermatologia