Foi lançado neste domingo, no 34º Congresso Brasileiro de Urologia, organizado pela Sociedade Brasileira de Urologia, o primeiro esfíncter urinário artificial brasileiro. Idealizado pelo urologista e professor da Universidade Federal de Pernambuco Salvador Vilar, o dispositivo trará economia ao sistema de saúde brasileiro.
- Há mais de 30 anos, em todo o mundo, praticamente só é utilizado o esfíncter artificial produzido nos Estados Unidos, que custa cerca de R$ 50 mil. O protótipo brasileiro, chamado AS904, custará menos de um terço do americano e será dotado de qualidade equivalente e com tecnologia nos padrões internacionais - explica.
A grande indicação do aparelho é para homens que foram submetidos à cirurgia de câncer de próstata e apresentaram incontinência urinária após o procedimento, o que ocorre com cerca de 5% a 15%.
O implante é feito aproximadamente um ano após a cirurgia de câncer de próstata, e o controle é feito pelo próprio paciente.
O aparelho brasileiro está sendo produzido por uma indústria do Rio Grande do Sul. O projeto foi desenvolvido em parceria com professor João Luiz Amaro, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e é resultado de quase dez anos de pesquisas. Agora, aguarda os pareceres finais da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estão em fase final, para iniciar estudos multicêntricos.
O urologista informa que o dispositivo vem sendo testado em um simulador com tecido semelhante ao humano há cerca de três anos, e foi aprovado em quesitos como temperatura, durabilidade e resistência.
O esfíncter brasileiro funciona com um sistema de compressão uretral, que evita a perda de urina, mas permite que a pessoa faça xixi naturalmente ao fazer força.
Urologia
Aparelho brasileiro é capaz de controlar a incontinência urinária em homens
Esfíncter artificial é 70% mais barato que os importados
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