Com o intuito de dar mais agilidade ao diagnóstico de câncer de mama, a Secretaria Estadual de Saúde anunciou na manhã desta quinta-feira a criação de Unidades de Referência para o Diagnóstico do Câncer de Mama (Unir Mama). A proposta é atender mais rapidamente aquelas mulheres que, após a mamografia, apresentarem alguma lesão suspeita que precise de uma confirmação definitiva por meio de exames como ecografia e biópsia.
As unidades devem oferecer um serviço intermediário entre a atenção básica, onde a mulher é encaminhada para a realização da mamografia, e os centros de referência, que oferecem tratamento para as pacietnes com a doença confirmada. O serviço também prevê atendimento de equipes multiprofissionais, compostas por mastologista, psicólogo, enfermeiro e técnico de enfermagem.
O projeto, apresentado pelos secretários estaduais da Saúde, Ciro Simoni, seu adjunto, Elemar Sand, e a secretária de Políticas para as Mulherers, Ariane Leitão, prevê ao menos uma unidade em cada uma das 30 regiões de saúde do Estado. Regiões onde a incidência é mais alta poderão ter mais de uma Unir Mama, seguindo uma proporção de uma unidade para cada 400 mulheres com lesões suspeitas por ano. A previsão é que algumas entrem em funcionamento ainda este ano.
- Nossa intenção é esses novos serviços ampliem a rede já existente e reduzam o tempo de espera para a confirmação da doença em até 15 dias, enquanto hoje pode chegar a 60 dias em alguns casos - afirmou Simoni.
As unidades serão localizadas em serviços já existentes ou naqueles que tenham o interesse em implantar o atendimento. De acordo com a Secretaria, nos dois casos haverá repasse de incentivos que vão de R$ 30 mil a R$ 40 mil por mês, com valores maiores para os locais mais distantes de centros de referência. As unidades que oferecerem também a realização de mamografias por estereotaxia, um exame de maior precisão, devem receber de R$ 40 mil a R$ 55 mil.
Câncer de mama no Estado
O Rio Grande do Sul registra 80 casos de câncer de mama para cada 100 mil mulheres a cada ano, causando a morte de 1,1 mil mulheres por ano. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é considerado um dos mais agressivos e o segundo tipo mais frequente no mundo. No Brasil, as taxas de mortalidade por este tipo de câncer continuam elevadas. Entre as causas para isso está o fato de que, em muitos casos, a doença é diagnosticada em estágios avançados.
A previsão da Secretaria é que 400 mil mulheres realizem a mamografia no Estado neste ano. Em 2012, foram feitos 330 mil exames. O primeiro passo para realizar uma mamografia é procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima, onde os exames são solicitados e a mulher encaminhada aos locais para a realização.
A recomendação é que mulheres, principalmente acima dos 40 anos, realizem a mamografia uma vez por ano, assim como façam em casa o autoexame. Além da genética, alguns hábitos aumentam a probabilidade do desenvolvimento da doença, como a obesidade após a menopausa, consumo excessivo de álcool e o sedentarismo.