* Ex-editora do Vida e maratonista, Daniela vive correndo
"Fui picada pela mosquinha da corrida", escreveu uma amiga no Facebook, onde aparecia sorridente, lépida e faceira, abanando a bandeira do Brasil na empolgante Maratona Internacional de Punta del Este, que ocorreu no último fim de semana no Uruguai. Assim como ela, que iniciou os treinos há poucos anos - incentivada pelo namorado, corredor experiente -, vejo cada vez mais a felicidade nos olhos de pessoas que descobriram, ao calçar um tênis e a trotar por aí, uma nova forma de viver, um estilo de vida mais saudável e feliz. Em Punta, onde participei do evento ao lado de mais de 800 brasileiros, pude perceber que esse é um caminho sem volta. Me enche de orgulho e satisfação atestar o quanto estamos evoluindo para a valorização e consolidação desse apaixonante esporte.
Isso me faz lembrar de quando comecei a correr, ainda na década de 90. Nessa época, poucos se aventuravam em distâncias maiores, como a maratona e seus mais de 42 quilômetros. Quem corria com mais frequência pouco se dispunha a disputar provas, quiçá viajar centenas de quilômetros afim de levar para casa uma medalha.
Corríamos onde dava, de qualquer jeito, com o tênis que tínhamos. Treinador? Nem imaginávamos a possibilidade de ter um. Seria um luxo para atletas de elite. Planilha de treino, nem pensar. Há uma década, mais ou menos, essa cultura começou a se disseminar no país com mais força, e, felizmente, hoje temos uma realidade favorável para qualquer um que aspire virar um corredor dos bons.
A corrida de rua no Brasil tem crescido em escala geométrica, e o Rio Grande do Sul figura como um dos Estados onde esse fenômeno tem sido notado com grande força. Para se ter uma ideia, hoje temos mais de 800 provas anuais pelos quatro cantos do país, e cálculos apontam que já são mais de 4,5 milhões de adeptos que fazem do esporte o segundo na preferência do público brasileiro, apenas atrás do futebol.
Esse "boom", além de fazer bem para a saúde de quem pratica, é um baita filão de mercado: o crescimento desse setor ultrapassa os 40% ao ano, bem acima de qualquer outra modalidade esportiva.
Ter mais disposição para o corpo e para a mente, preservar a saúde, manter a forma, proteger o coração, envelhecer bem, ampliar a rede de amigos e a visão de mundo, além de tantas outras vantagens. É, essa mosquinha é bem pegajosa. Meu desejo é que todos sejam picados por ela.
Em movimento
Daniela Santarosa: A mosquinha da corrida
Rio Grande do sul figura como um dos Estados onde a corrida cresce com força
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