
Você já imaginou sair de casa sem o celular? Desde que o uso do telefone móvel se popularizou, é difícil encontrar quem consegue sair para algum compromisso sem ele.
Apesar de todos os seus benefícios, o uso frequente do celular levanta diversas discussões sobre os seus efeitos colaterais e como ele pode afetar a saúde dos seus usuários.
O primeiro mito é sobre a possibilidade do aparelho provocar desastres aéreos, o que ainda não foi comprovado. Depois, uma pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc) classificou o celular como "possivelmente cancerígeno".
Mas será que todas essas discussões sobre o celular, que é tão útil para as pessoas, é verdade ou tudo não passa de um mito?
Popular e perigoso?
Cerca de 5 bilhões de pessoas usam celulares no mundo - são cerca de 212,6 milhões deles no Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Uma equipe de 31 cientistas de 14 países, incluindo Estados Unidos, apontou que os usuários que falam diariamente pelo celular durante 30 minutos apresentam mais chances de desenvolver um câncer no cérebro do tipo glioma.
Segundo o neurocirurgião Mauricio Mandel, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), as evidências sobre o câncer causado pelo celular ainda seguem limitadas.
- A pesquisa faz um alerta para os usuários que ficam muito tempo no celular, mas a confirmação dessas pesquisas sobre o câncer causado pelo uso constante do aparelho poderá surgir num futuro próximo, a partir das primeiras gerações consumidoras desses telefones, pessoas que já os utilizam há mais de 10 anos - explica.
Segundo Mandel, o aparelho emite um sinal de ondas de radiofrequência, que são invisíveis. Teoricamente, os seus únicos efeitos sobre o tecido vivo é o aumento de temperatura, mas como penetram no corpo, podem provocar mudanças no funcionamento das células.
Além disso, um estudo realizado pela Universidade de Viena afirma que as pessoas que usam o celular 10 minutos por dia, e que fazem isso há pelo menos quatro anos, têm 70% mais chances de desenvolver zumbido crônico no ouvido.
Muitas suposições e poucas conclusões
Ainda não foi comprovada que a radiação do celular pode alterar o metabolismo das células humanas, e muito menos que o tumor cerebral, como o glioma, está associado ao uso indevido do celular.
- Vale ressaltar que essas pesquisas estão sendo iniciadas agora e o uso do celular se popularizou há menos de 20 anos, ou seja, ainda faltam muitos estudos e resultados conclusivos sobre os efeitos que ele pode causar no corpo humano - esclarece Mandel.
Em relação ao tumor cerebral glioma, o diagnóstico é comprovado após o paciente começar a sentir alguns sintomas, como dores de cabeça, náusea e vômito, apreensões e desordens do nervo craniano em consequência da pressão intracranial aumentada.
No caso de um glioma do nervo ótico, pode até causar a perda visual. Este tumor começa no cérebro ou na espinha e tende a se desenvolver a partir das células gliais, responsáveis por dar suporte e nutrir os neurônios.
Entre os tumores que atingem o sistema nervoso em pessoas com mais de 45 anos, 45% são benignos e tratados apenas com cirurgia. Outros 45% são malignos e, em geral, precisam, além da cirurgia, de tratamento com radioterapia ou quimioterapia.
Uso consciente do celular
Se você está preocupado com os malefícios do celular e quer evitar possíveis problemas, algumas dicas podem ajudar a diminuir os efeitos colaterais. Veja quais são:
Use o viva-voz
Se o seu celular apresentar essa função, opte conversar pela viva-voz ao invés de colocar o celular no ouvido.
Troque os ouvidos
Evite ficar falando muito tempo pelo celular e mude sempre o lado do ouvido que está em contato com o aparelho.
Limpe o seu aparelho
O celular também precisa de cuidados. Você pode limpar com um pano com um pouco de álcool gel. Vale lembrar que o produto não danifica o aparelho.