Quem e o que faz parte do seu imaginário erótico? O imaginário é construído e modificado ao longo da vida. Sabemos que ele é influenciado inicialmente pela interação com os cuidadores, pelos jogos eróticos infantis, pelas experiências sensuais e sexuais com o próprio corpo, posteriormente as vividas com o outro.
Livros, filmes, músicas, bem como as histórias ou estórias que se ouviu, se erotizadas e internalizadas, também irão compor as fantasias sexuais. Esse universo será mais rico ou mais pobre dependendo do histórico de vida de cada pessoa e do universo cultural a que ela tem acesso.
Pessoas com vida sexual prazerosa têm fantasias sexuais. Quando elas estão ausentes, há grande possibilidade de existir algum problema sexual.
São pré-requisitos para a existência de fantasias sexuais:
1 - Vida sexual saudável.
2 - Nível normal de testosterona livre.
3 -Permissão para percepção dos estímulos sexuais presentes na vida diária por meio da visão, da olfato, da audição, tato.
4 -Memória com vivências afrodisíacas.
5 -Ausência de depressão, luto e remédios que bloqueiam a sexualidade.
O que fazer com as fantasias?
1 -Usá-las para ter e aumentar o desejo sexual e assim criar situações sexuais ou tornar-se receptivo quando o outro cria um clima favorável.
2 -Usá-las para aumentar a excitação, durante o ato sexual.
3 -Buscar inspiração para realizar na vida real algum tipo de comportamento sexual.
Contar uma fantasia sexual no intuito de realizá-la é faca de dois gumes, pode ser bom ou ruim para o casal.
Se o parceiro for inseguro sexualmente, pode sentir-se inferiorizado, na possibilidade de não ser capaz de realizar a fantasia, pode pensar "nunca agradei".
Se na transa existe prazer, sintonia sexual e os dois costumam seguir seus desejos e instintos, propor a realização de uma fantasia sexual provavelmente irá aumentar a intimidade e a cumplicidade sexual.
Sexualidade a dois pode iniciar-se no imaginário ou na vida real. Desejo logo satisfeito deixa de ser desejo. Se houve uma química inicial, como habitar as fantasias do outro?
Talvez um jogo de avanços e recuos sexuais, mas principalmente vivências sexuais muito gratificantes que possam capturar o imaginário do outro. Humanos que somos, sonhamos com os dois: estar na vida e no desejo sexual do outro.
Coluna Minha Vida/Na Cama
Jaqueline Brendler: O imaginário erótico
Quando não há fantasia, é grande a chance de existir um problema sexual
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