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Todo início de ano letivo é a mesma coisa: livros novos, uniformes, materiais escolares, aquela mochila especial e o tênis da moda. Para as crianças é pura diversão, mas, para o pais, esse período representa um rombo na conta bancária. Não à toa, há alguns anos, inciativas vêm despertanto a atenção de pais e alunos por serem alternativas que beneficiam o bolso - e, de quebra, dão lições de sustentabilidade a toda a família. Entre elas está o brechó de uniformes escolares.
O projeto, que já ocorre em algumas escolas da Capital, promove a troca ou compra de peças usadas por um preço bem menor do que as novas. Dessa forma, uniformes que seriam descartados acabam reciclados.
As peças são reunidas a partir do que é encontrado nos achados e perdidos da escola e de doações dos uniformes antigos feitas pelos próprios pais, que podem optar por trocar as roupas ou comprá-las por preços mais baratos.
O colégio João XXIII, na zona sul de Porto Alegre, é um exemplo de como essa iniciativa traz bons resultados. Funcionando há quatro anos, o brechó atrai pais e estudantes de todas as idades, que enchem o local nos horários de entrada e saída da escola durante as primeiras semanas de aula. Somente nesse ano, mais de 500 peças já circularam por lá, com o preço único de R$ 7 cada.
Bom exemplo
Há cinco anos, a lojista Jurema Zanatta, 40 anos, passava por essa situação: no começo das aulas, tinha de se livrar dos uniformes escolares que os filhos usaram no ano anterior e comprar tudo novo. Mãe de Ana Luisa, três anos, e João Pedro, seis anos, Jurema se diz fã do brechó da escola:
- Além de ser muito melhor financeiramente, é bom para educar nossos filhos sobre a importância da reciclagem para cuidar do nosso planeta.
Desde que frequenta o brechó, há dois anos, a lojista já comprou e doou diversas peças. Somente na semana passada, Ana Luisa ganhou cinco uniformes reciclados, que exibe como se fossem novos.
Pais à frente
Além de incentivar os alunos às práticas de reciclagem, a escola dá um exemplo de solidariedade: todo lucro é doado à creche de crianças pobres Boa Esperança. A diretora da escola, Anelori Lange, comenta que os pais se mostram bastante satisfeitos com o projeto:
- É incrível como todo mundo espera por esse momento. Não só pelo valor dos produtos, mas pelo que se ensina aos alunos. É uma forma de mostrar que quase tudo pode ser reciclado.
Ainda são poucas as escolas de Porto Alegre que aderiram a essa prática. A iniciativa, normalmente, parte dos próprios pais. No colégio La Salle Dores, por exemplo, a ideia surgiu a partir das trocas de roupas que eram realizadas voluntariamente entre pais de alunos de diferentes séries.
Vendo a necessidade de fornecer um espaço para essas trocas, a escola criou o brechó, que funciona anualmente com o troca-troca de livros, explica a diretora do colégio, Fabiane Franciscone.
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